Diversos parceiros tecnológicos, universitários e empresariais juntaram-se para desenvolver um robô para apoio à vitivinicultura na região do Douro, projeto financiado pelo fundo de Investigação e Inovação da Comissão Europeia, englobado no Programa-Quadro Comunitário de Investigação e Inovação da Comissão Europeia.
Sob o nome de VineScout o projeto foi iniciado em dezembro de 2016 e tem por objetivo o desenvolvimento de um robô acessível, fiável e fácil de operar, com capacidade para fazer medições de parâmetros chave da vinha (como a disponibilidade de água ou o vigor das videiras), sendo um apoio para o viticultor.
A SymingtonFamilyEstates é o único parceiro do setor vitivinícola, a nível europeu, envolvido no projeto contribuindo com o conhecimento adquirido ao longo dos anos em que desenvolve a sua atividade.
Em parceria com a Symington estão mais quatro instituições: Universidade de Valencia e Universidade de La Rioja (Espanha); Wall-YE Robots & Software (França); e SundanceMultiprocessor Technologies (Reino Unido).
A coordenação deste projeto, que está orçado em mais de dois milhões de euros (sendo 1,7 financiados pela União Europeia), está a cargo de Francisco Rovira-Más, professor da Universitat Politécnica de Valencia e especialista em robótica e engenharia agrícola.
No início do mês de setembro o VineScout“esteve a ser testado no terreno nas vinhas da Coleção de Castas da Quinta do Ataíde (Douro Superior) da Symington, permitindo aos investigadores perceber a usabilidade do robô em contexto real de forma a avançar para a próxima etapa de desenvolvimento”, revela um comunicado da empresa vinícola.
De acordo com o mesmo comunicado, durante os dias em que o ensaio se realizou decorreu também a iniciativa “Dias de Agronomia” na qual participaram outras empresas nacionais produtoras de vinho, universidades e institutos de investigação e ‘start-ups’ tecnológicas, que puderam ver o robô em ação e depois participaram de uma mesa redonda onde foram partilhadas algumas ideias sobre o projeto.
Fernando Alves, responsável da Symington para Investigação e Desenvolvimento Viticultura, afirma estar muito satisfeito com o desenrolar dos ensaios práticos e considera que o contributo dos participantes foi de grande valor para o avanço do projeto.
“A Symington tem estado na vanguarda da investigação da viticultura no Douro, de forma a alavancar a qualidade dos vinhos e encontrar soluções pioneiras para os desafios que se avizinham. A empresa tem apostado em vinhas experimentais que foram estabelecidas na Quinta da Cavadinha, na década de 1990, e, mais recentemente, foram plantadas coleções de castas na Quinta do Ataíde (2014) e na Quinta do Bomfim (2015), respetivamente com 53 e 29 variedades diferentes, algumas das quais quase desconhecidas”, adianta o referido comunicado.
A SymingtonFamilyEstates é uma empresa de propriedade e gestão familiar, detentora da Graham’s, uma das 10 marcas de vinho mais admiradas no mundo, segundo a revista Drinks Internacional, bem como as marcas Dow’s, Cockburn’s e Warre’s, e os vinhos DOC Douro: Quinta do Vesuvio, Quinta do Ataíde, Altano e P+S, sendo atualmente a maior proprietária de quintas na região do Douro e um dos principais produtores de vinho do Porto de qualidade superior.
A família Symington está presente no Douro há cinco gerações, desde 1882, mas, se seguirmos a linhagem da família através da bisavó da atual geração, a ligação dos Symington aos vinhos do Douro recua no tempo 14 gerações, transportando-nos até meados do século XVII e aos próprios primórdios da história do vinho do Porto.