A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) comemorou, no último mês, o seu 38.º aniversário, que incluiu a atribuição do grau de Doutor Honoris Causa a José Albino da Silva Peneda. Antes de me focar nas outras funções da Universidade, que aqui gostaria de reforçar, não queria deixar de invocar também esta função de saber reconhecer e destacar personalidades que contribuíram de forma indelével para o desenvolvimento socioeconómico do País e, neste caso, também da UTAD.
As outras (mais comuns e conhecidas) funções das Universidades devem ser continuamente revisitadas por forma a melhorar o seu desempenho nos rankings nacionais e, sobretudo, internacionais. Sendo centros de formação, de conhecimento e de interação com as comunidades locais e com a sociedade em geral, as Universidades têm o dever de estar em contínua mudança e atualização, esperando-se uma resposta, ou pelo menos uma pronta contribuição, para os desafios emergentes das empresas e sociedade, como por exemplo na Covid-19. Para tal devem convocar os docentes, que dedicam também uma boa parte do seu tempo à investigação, os investigadores, os setores público e privado e as respetivas comunidades. Só assim conseguimos um virtuoso fórum de discussão, partilha e a cogeração do imprescindível conhecimento e inovação que determinam o progresso.
Cada vez mais e subscrevendo as orientações da União Europeia, as Universidades devem ser mais ambiciosas nas suas missões de gerar conhecimento através da sua massa crítica e competências e de apresentar soluções para enfrentar os desafios societais, hoje já perfeitamente identificados.
Só as Universidades mais competentes, com visão, perspetiva, capacidade de oferecerem um ensino moderno, com cursos que respondam às formações necessárias do futuro, uma investigação cimeira e mais competitiva, que se conjuguem para apresentar as competências necessárias e a resolução dos problemas atuais serão capazes de ser reconhecidas e subsistir no futuro.
Temos de ser mais ambiciosos, capazes de desvendar as necessidades do futuro, antecipar cenários e respetivas respostas, formar e preparar as gerações que aparentemente vão enfrentar mais desafios que aqueles que vivemos no século passado e que este último quarto de século nos tem evidenciado.
As Universidades desempenham um papel fundamental nas suas regiões e nas comunidades que as circundam, devendo posicionar-se como um exemplo vertical, desde a atitude perante o consumo, passando pela mobilidade até à relação com o ambiente na gestão sustentável dos recursos.