Hoje, o Douro é bem diferente, e para melhor. De uma região económica e socialmente isolada, em relação aos movimentos globais e marcada por consideráveis assimetrias, o Douro trilhou caminhos mais amplos: está no mapa mundial dos vinhos, do património mundial e dos destinos turísticos de excelência. Para esta profunda mudança muito contribuiu uma geração empresarial qualificada com ambição internacional, que aposta na qualidade, na diferenciação e em práticas sustentáveis.
Contudo, o Douro debate-se com enormes desafios, desde logo a valorização dos vinhos e das uvas que garantam a sustentabilidade da principal atividade económica da Região, a mitigação da falta de mão de obra para garantir a sustentabilidade social e, no plano ambiental, a mitigação das alterações climáticas e uma melhor utilização dos recursos hídricos.
Dar resposta a estes desafios exige maior ambição no conhecimento e inovação, vital para a competitividade da região. Os indicadores de investimento em I&D no Douro são inferiores à média nacional e das principais Comunidades Intermunicipais da Região Norte, persistindo também défices de qualificação. A formação dos ativos integrados no mercado de trabalho ou mesmo de desempregados é limitada, bem como dos jovens de grupos socioeconómicos sub-representados no ensino superior. A qualificação dos adultos ativos é essencial para enfrentar com sucesso o futuro, para um território que ambiciona ser competitivo no exigente mundo digital e na resposta aos desafios da transição climática.
O futuro do Douro passa por um plano de ação para se afirmar como laboratório de desenvolvimento sustentável, com dinâmicas inteligentes e produtivas, colocando a criatividade e o bem-estar no centro da planificação e da renovação rural, respeitando sempre princípios de proteção do património de uma Região com a chancela da UNESCO.