Dois momentos de glorificação do autor de Terras do Demo. O primeiro aconteceu há um ano, com a inauguração do conjunto escultórico na renovada Praça do Tabolado, em Moimenta da Beira, o segundo vai celebrar-se a 27 de maio, dia que marca os 60 anos do desaparecimento do escritor.
O conjunto escultórico de homenagem a Aquilino Ribeiro rodeado de três lobos, simboliza uma das obras literárias cimeiras do mestre, “Quando os Lobos Uivam”, de 1958, romance de um tempo obscuro e de um Estado Novo que resolve impor aos beirões uma nova lei: os terrenos baldios que sempre tinham sido utilizados para bem comunitário e de onde essa comunidade retirava parte vital do seu sustento, seriam expropriados e utilizados para plantar pinheiros.
A ousadia de Aquilino, então já septuagenário, valeu-lhe a apreensão do livro e um processo judicial que andou nos tribunais mais de dois anos. O libelo acusatório seria arquivado depois de uma onda de protesto se levantar em Portugal e no estrangeiro.
A efeméride que marca os 60 anos da morte do escritor, no dia 27 de Maio, vai juntar os municípios das Terras do Demo (e de Paredes de Coura), entre outros, e várias outras instituições, entre as quais a Biblioteca Nacional. Tudo num programa a divulgar que decorrerá ao longo do ano e incluirá várias reedições de obras do mestre.