Mesão Frio São João da Pesqueira Tarouca

Três concelhos do Douro não registam casos de Covid-19

Dois meses após a declaração de pandemia pela OMS, a re­gião do Douro regista, à data do fecho desta edição, um total de 445 casos Covid-19, distribuídos por 16 concelhos. Mesão Frio, São João da Pesqueira e Tarouca são atualmente os únicos três municípios do territórios onde não há qualquer registo da doença e a nossa reportagem falou com os três autarcas para conhecer algumas das medidas que têm sido implementadas.

Mesão Frio, Alberto Pereira

“O concelho continua sem casos de Covid-19 registados, o que é moti­vo de orgulho e de satisfação para toda a comunidade. Desde o início da pandemia, que tivemos o cuida­do de nos anteciparmos, acionando, imediatamente, medidas de contin­gência. Realizámos testes de despiste ao Covid-19, na Santa Casa da Mise­ricórdia e na corporação de bombei­ros local e oferecemos equipamentos individuais de proteção a quem está na linha da frente de combate a este vírus. Encerramos serviços, que ago­ra abrem gradualmente e adotamos outras medidas, quer para fazer face às dificuldades das famílias, quer para ajudar os idosos e pessoas a viverem isoladas.

Os mesão-frienses têm sido social­mente responsáveis, perante esta dura realidade, privilegiando o con­finamento e tem-se assistido a uma grande onda de solidariedade no concelho, por parte de empresas, associações e pessoas individuais, através dos seus meios físicos e hu­manos.

Até ao final de junho, todas as ativida­des culturais e recreativas estão sus­pensas. O município continuará com a efetivação das medidas do seu plano de contingência, nunca descurando o apoio aos mais carenciados ou em si­tuação de isolamento e também aos comerciantes, que nesta fase começam a abrir portas”.

São João da Pesqueira, Manuel Natário Cordeiro

“Eu não posso dizer que estamos com­pletamente livres disso e que amanhã a situação não se altere.

Estou convencido que algumas medidas que tomamos ajudaram a este resulta­do. Ainda antes de ter sido acionado o Plano de Emergência nós encerramos todos os serviços e atividades que im­plicavam o contacto entre pessoas, co­meçamos logo a fazer a desinfeção das ruas, adquirimos grandes quantidades de EPI’s que distribuímos em larga escala pelas IPSS’s, bombeiros, GNR e até nos serviços de saúde locais. Man­damos logo pessoal para casa em tele­trabalho, revezando equipas, etc. Tudo isto antes do Estado de Emergência.

Quando acionamos o Plano de Emer­gência Municipal muitos questiona­ram o porquê, mas nós consideramos essencial, as medidas já estavam a ser aplicada e mantiveram-se as mesmas, mas foi importante para comprometer os restantes elementos da Proteção Civil Municipal, havendo um compro­misso entre todos de agir nos mesmos moldes, havendo um contacto diário entre todos, com a população de uma forma geral e com as entidades nacio­nais. A realização de mais de 500 tes­tes e a sensibilização de todos para os cuidados que deviam ter também tem sido outro fator essencial.

Os mais vulneráveis acabaram tam­bém por não ter que se deslocar para a aquisição de bens ou medicamentos, a autarquia disponibilizou um serviço completamente gratuito. Também os transportes municipais foram cancela­dos bem como as feiras e a cobrança de serviços como as águas foram sus­pensos, para evitar que houvesse des­locações e contactos entre as pessoas.

Tudo isto acabou por criar nas pessoas uma ideia de que o problema era mais sério do que inicialmente parecia ser, criando a ideia global que tínhamos que nos defender uns aos outros”.

Tarouca, Valdemar Pereira

“Graças a Deus até hoje ainda não temos casos positivos em Tarouca e tenho que realçar aqui, em primeiro lugar o papel das pessoas, dos tarou­quenses, que acolheram bem aqui­lo que foram as indicações da DGS e também aquelas que são as nossas comunicações locais.

Eu penso que é bom dizer que desde muito cedo começamos a fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) às instituições, nomeadamente aos bombeiros, GNR e ao Centro de Saúde, ao qual quero também deixar o meu agradecimento público. As IP­SS’s também entenderam bem o pro­blema e fizeram um trabalho excelen­te, em coordenação com o município. Acreditamos que estes equipamentos que distribuímos foram essenciais na proteção das pessoas, nomeadamen­te os funcionários e os utentes dos lares.

Estes equipamentos foram todos ad­quiridos pelo município. Da parte do Estado não recebemos nada apesar de nos ter sido prometido por diversas entidades como por exemplo a EDP mas que efetivamente nunca chegou. Eu estive sempre em contacto com a senhora diretora regional da Seguran­ça Social que falava diretamente com a ministra mas também por aí nunca nos chegou nada. Apesar disso manti­vemos um fornecimento constante de material às nossas IPSS’s.

Criamos também uma linha SOS para as famílias mais vulneráveis, com ne­cessidade de bens alimentares de for­ma a minimizar os efeitos da Covid-19.

Quando começamos a perceber que afinal isto ia atingir todos e não só alguns, reunimos imediatamente com todas as instituições e criamos o nosso plano que funcionou muito bem, e continua a funcionar, como se pode verificar pela ausência de ca­sos no nosso concelho. Tão cedo não iremos mudar de estratégia porque entendemos que isto ainda não está tão bem como muita gente pensa, temos que continuar a prevenção e manter-nos atentos, apesar da nossa população continuar a ter um papel exemplar, o qual também agradeço desde já”.

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