Vivemos um dia de festa para a democracia. Em grande número os portugueses foram exercer o seu direito e dever cívico de votar.
Os resultados são o que são e espelham bem a circunstância sociológica atual deste país. Nunca poderemos temer resultados do voto do Povo.
Para quem ouve e fala com as pessoas, os resultados não foram nenhuma surpresa. Crescia há já muito tempo uma onda de frustração e revolta.
As opções mais radicais de muitos portugueses são na generalidade fruto das más políticas, dos maus políticos e da indiferença aos problemas de muitas pessoas e de grupos sociais e profissionais.
A democracia tem meios para se ajustar à realidade dos resultados dos gestos democráticos. E o voto é o gesto maior em democracia.
As soluções de governo e de governação serão as que forem possíveis. Haverá inteligência para fazer acontecer sem dramas.
Tudo tem solução, importa só que tenhamos uma governação atenta e justa.
Este é o tempo da moderação e da inovação política. É o tempo daqueles que forem capazes de marcar o ritmo e a agenda transformadora.
E esse trabalho de transformação, não pode exclusivamente ser exigido aos eleitos. A sociedade civil, os movimentos cívicos, terão um papel como provavelmente nunca tiveram.
A excessiva politização / partidarização da vida das nossas terras é um fator de atrofia.
Por essa razão, a democracia precisa de ar fresco, urge a afirmação da cidadania.
A revolução de abril deve ser comemorada com a mudança de atitude de cada um de nós, envolvendo-nos em comunidades cívicas de intervenção.
No aparente caos abre-se uma janela de esperança. Mostrando-nos a necessidade de mudar o sistema político e de soberania.
Para que Portugal seja mais inclusivo, atento e justo!