O Salão Nobre da Casa do Douro foi hoje palco da cerimónia de tomada de posse da Direção da “nova” Casa do Douro e dos elementos do Conselho Regional.
A tomada de posse de ambos os órgãos ficou, no entanto, marcada pelo insucesso na eleição da Mesa do Conselho Regional com duas rondas de votação a terminarem em empate (25-25), sendo constituída uma mesa “ad hoc”.
A presidir à mesa ficou o membro mais velho do Conselho Regional, João Almeida, que presidirá a próxima reunião onde é esperada a eleição oficial do órgão, a mesma irá ter lugar no próximo dia 3 de fevereiro.
João Moura, Secretário de Estado da Agricultura, esteve presente no arranque dos trabalhos e pediu “união” à região.
“A união de esforços entre os diferentes agentes da região será a chave para o sucesso.
Iniciamos hoje um novo ciclo para a Região Demarcada do Douro onde cada um deve assumir a sua responsabilidade.
A produção sem comércio não tem futuro, o comércio sem produção não existe. Cabe a nova Casa do Douro a harmonização equilibrada da relação de todas as partes.
A responsabilidade que hoje assumem é enorme. Convoco todos os agentes da região a unirem-se neste novo ciclo.
Acreditamos que a colaboração e a transparência são fundamentais para o sucesso desta missão”.
O governante anunciou ainda que falou com Rui Paredes com o objetivo de agendar uma reunião para se debater precisamente as competências e as verbas para a instituição.
O agendamento da reunião foi também confirmado por Rui Paredes que concordou ainda com o governante na mensagem de união da região apesar da “pluralidade de ideias” o novo presidente da Casa do Douro.
“No final o que prevalecerá é a defesa do viticultor”, sublinhou.
Rui Paredes, questionado sobre a utilização de aguardente na produção de vinho do Porto disse esperar que “a produção de aguardente a partir dos excedentes do Douro, para incorporar no vinho do Porto, deve estar em prática na próxima vindima”.
Criada em 1932 para representar os produtores de vinho da mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo – o Douro – a Casa do Douro viu os seus estatutos alterados em 2014, passando a ser uma associação privada de inscrição facultativa, depois de anos asfixiada em dívidas ao Estado e a credores privados.
Depois de uma tentativa em 2019, primeiro vetada pelo Presidente da República e depois considerada, em algumas normas, inconstitucional pelo Tribunal Constitucional, a associação foi restaurada em janeiro de 2024.