Prova regressa às paisagens durienses nos próximos dias 27 e 28, com novidades no traçado e a garantia da presença de mais de 60 equipas que irão competir por três trofeus: Campeonato Start Norte de Ralis, Desafio Kumho Portugal e Troféu Team Baia.
A apresentação do Rali de Mesão Frio decorreu dia 17, na Biblioteca Municipal, com a presença do autarca mesão-friense Paulo Silva, do presidente do Clube Automóvel da Régua (CAR), Manuel António de Sousa, e do diretor da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), Pedro Barros.
Na plateia estiveram os representantes de entidades locais e regionais, aficionados pelo desporto automóvel, pilotos, membros do CAR, e público em geral, para saberem mais acerca da configuração do rali, que este ano apresenta duas novas Provas Especiais (PE): Sopé do Marão e Valcôvo.
Organizado pelo CAR e pelo município de Mesão Frio, o Rali de Mesão Frio 2022 representa já a 11ª edição, “sinal da forte ligação entre as duas entidades” e apoiada pela FPAK, como destacaram os três representantes das respetivas entidades durante a apresentação.
O Rali começa dia 27, durante a manhã e o início da tarde, com as verificações administrativas e técnicas. A Super Especial de Santo André, que marca o arranque efetivo da prova, tem arranque marcado para as 21H10.
No domingo, o percurso da prova inclui mais sete classificativas, com duplas passagens pelas especiais do Sopé do Marão (7,10 kms), uma das novidades deste ano, Valcôvo (9,78 kms), outra secção nova, Barqueiros (6,85 kms) e uma passagem pelo troço de Oliveira (5,33 kms), que perfaz o percurso de 58 quilómetros cronometrados.
Para Paulo Silva, autarca local, “esta é uma grande oportunidade de promoção para o concelho, o retorno para a economia local supera em muito o investimento significativo da autarquia”.
Para o edil, Mesão Frio é acolhedor e isso já se nota com o regresso de famílias ao território, que antes tinham vindo para a prova automobilística.
“O nosso produto é o acolhimento, é o vinho, é a gastronomia, são as pessoas. O rali insere-se nesta lógica de promoção do nosso produto, do nosso território. É muito recompensador ver equipas e famílias inteiras a regressarem a Mesão Frio, ano após ano, inclusive depois para as vindimas”.
Paulo Silva lamenta no entanto que o concelho não consiga ainda “dar a resposta adequada” em momentos como este, “em especial no setor da restauração”, onde considera haver “uma efetiva falta de restaurantes para responder ao fluxo de pessoas”.
“Existem neste momento já projetos em andamento para a criação de mais camas no concelho, cerca de 30 a 40 com duas unidades hoteleiras de pequena dimensão. Temos já o Solar da Rede, com mais de 100 quartos, que já tem um projeto de reativação em andamento. Finalmente o concelho está a mexer.
O problema está na restauração. Estas unidades terão os seus próprios restaurantes mas faltam restaurantes no concelho onde as pessoas possam ir, tal como um bar ou um café. Um turista que pernoite 3 ou 4 noites no nosso concelho acaba por ter que ir à Régua, ou a Vila Real por exemplo, para jantar num restaurante ou divertir-se um pouco.
A espetacularidade das paisagens e o bom receber são os principais pontos destacados quer por organizadores quer por pilotos.
Manuel António de Sousa, presidente do CAR, no final da apresentação, em declarações ao VivaDouro destacou a ligação com o município como fonte de sucesso para uma ligação que já conta com 11 edições da prova.
“A forma como aqui somos recebidos, e as paisagens únicas que envolvem os troços deste rali fazem desta uma prova muito especial para nós.
O anterior autarca foi o mentor deste rali, e o atual autarca demonstrou o mesmo empenho na realização da prova, o que para nós é um ótimo indicador”.
Sobre o novo traçado da prova, Manuel António de Sousa, refere que “integram zonais mais estreitas e mais rápidas, aumentando a espetacularidade do rali”.
“Assim os pilotos também já não poderão dizer que este rali é sempre igual e que já nem precisam fazer um reconhecimento do percurso”, conclui com sorrisos.
Para o diretor da FPAK, Pedro Barros, esta prova é mais um exemplo da ligação da região duriense com o desporto automóvel, faltando transformar essa paião em retorno financeiro e económico.
“O Douro é uma região única, Património da Humanidade, uma região apaixonada pelo desporto automóvel e que vê nele um veículo de promoção. Para nós é importante ter esta representação no mais vasto território nacional possível.
Os troços aqui são magníficos, com paisagens fantásticas, o desafio é agora transformar isto numa operação que seja rentável do ponto de vista económico e financeiro para este território. É importante que as pessoas venham assistir à prova, qua aqui comam e se instalem e que comprem produtos da região, mas é também importante que sintam vontade em regressar mais tarde para conhecer melhor esta região”.
Entre os pilotos que marcaram presença na cerimónia estava Celso Fonseca, natural do concelho duriense e que, apesar de se encontrar a disputar o Campeonato Nacional de Montanha, irá participar nesta prova.
“Correr em casa tem sempre um gosto diferente. Não sou piloto de ralis, faço o campeonato de montanha, mas nunca poderia deixar de faltar ao rali da minha terra.
É um rali que me traz muito, poder correr em casa, estar com a gente desta terra que é magnífica. Enquanto puder irei sempre participar nesta prova, cumprindo o meu dever de piloto da terra.
Temos paisagens magnificas, gente acolhedora e um ambiente fantástico. Mesmo no campeonato em que participo muitos pilotos já conhecem e ouviram falar de Mesão Frio por causa desta prova”.
Carlos Gonçalves, piloto natural da cidade da Maia, esteve também na apresentação do Rali de Mesão Frio e integra a lista de participantes que a 27 e 28 de agosto percorrerão o traçado acidentado da prova mesão-friense.
“Mesão Frio foi o primeiro rali que fiz e só faltei um ano, em 2020. Gosto muito deste rali e das pessoas daqui. Como disse o presidente, aqui as pessoas são muito bem tratadas e quando é assim temos vontade de voltar”.
Uma questão essencial para o organização é a segurança. Com as mudanças de traçado a autarquia decidiu este ano colocar uma equipa a percorrer as freguesias do concelho, num porta a porta, para elucidar sobre questões de segurança.
Carlos Gonçalves, piloto maiato, explicou à nossa reportagem que por vezes as pessoas arriscam a presença em locais perigosos.
“Por vezes vemos pessoas nos locais mais absurdos possíveis, e vemos acidentes acontecer em locais que nunca pensaríamos possíveis. As pessoas têm que ter consciência que este é um desporto perigoso, tanto para pilotos como para espectadores, por isso todo o cuidado e atenção são poucos”.
O presidente do CAR, Manuel António de Sousa, avisou que a organização vai ser rigorosa e não irá tolerar abusos.
“Peço aos moradores que tenham muita atenção. Vamos ser exímios com esta questão e não vamos tolerar qualquer abuso. Para tudo correr bem, as pessoas também têm que colaborar connosco no respeito das regras estabelecidas”.
O Rali de Mesão Frio irá envolver 216 pessoas no total, entre organização, entre organização, bombeiros e GNR, e elementos da autarquia e das juntas de freguesia.
Para este sábado, dia 20, estão programados os primeiros treinos de reconhecimento do traçado para as equipas concorrentes.