O Dia Internacional de Ação pelos Rios, celebrado anualmente a 14 de março, foi criado com o objetivo de assinalar a importância dos rios e incentivar ações que os protejam.
Falar de rios é obrigatoriamente falar de história, cultura, agricultura, economia e biodiversidade. Desde tempos remotos que a história da humanidade e das civilizações se escreve nas proximidades de linhas de água, sendo o Crescente Fértil o seu maior exemplo. Esta região, que viu nascer a agricultura, os estados, as cidades e a escrita e que é frequentemente designada por Berço da Civilização, estende-se desde as planícies aluviais do Nilo, através da Península Arábica e da Mesopotâmia, até ao Golfo Pérsico, é irrigada pelos rios Jordão, Tigre, Eufrates e Nilo.
Muitos séculos passaram, mas a nossa dependência dos rios continua, é a eles que recorremos para abastecer as nossas cidades de água e energia, para irrigar os nossos campos, para devolver as nossas águas residuais, mas também os usamos para viagens de turismo, para desportos e lazer. Todas estas atividades criam pressões sobre as linhas de água, que vão desde a proliferação de fenómenos de poluição, até à construção de barreiras (açudes e barragens).
Devemos refletir sobre isso, não só neste dia, mas também nos restantes dias do ano, quando realizamos as nossas atividades diárias. Além de pressionar os políticos e decisores, é essencial não nos eximirmos da nossa responsabilidade enquanto cidadãos, adotando comportamentos assertivos para proteger as nossas linhas de água. Não nos podemos esquecer que é aos rios que vão convergir as águas residuais das nossas casas, e com elas as substâncias que muitos de nós, erradamente, colocam nos sistemas de saneamento, como restos de medicamentos, produtos químicos, gorduras e plásticos. Para todos estes resíduos existem canais de recolha próprios, e especializados, que devemos usar no nosso dia-a-dia. Esta situação também é extensível ao setor agrícola e industrial.
Infelizmente muitos dos nossos cursos de água já se encontram degradados, e para esses (rios), o caminho passará, inevitavelmente, pela recuperação, porque recuperar estes ecossistemas é essencial ao desenvolvimento sustentável do nosso planeta e à manutenção da sua biodiversidade.