Por muito que os analistas repitam que em 2024 o planeta aqueceu 1,5 ºC e o ártico o dobro, e que esta situação se agrava face à falta de convergência dos líderes mundiais, enquanto persistirem os atuais conflitos geopolíticos e tensões sociais, o combate às alterações climáticas não será prioridade. Em 2025 este desafio vai assumir maior relevância no desenvolvimento das regiões, não sendo o Douro exceção.
Este é um problema global que exige soluções coletivas, contudo, todos temos de fazer parte da mudança, sendo que os líderes locais e regionais também têm de assumir um papel relevante. A lei do clima determina que as CCDR têm de apresentar um plano regional de ação climática e que os municípios e comunidades intermunicipais devem definir políticas climáticas comuns para os territórios. Emerge uma questão: como devem ser perspetivados estes desafios e garantida a complementaridade das políticas e dos investimentos para a mitigação e a adaptação às alterações climáticas no Douro?
Este é, sem dúvida, um desafio para a Região, a par do esvaziamento e do envelhecimento da população, da crise do setor vitivinícola e da necessidade de criar uma carteira de atividades económicas com maior valor. Mas, os desafios de sustentabilidade do Douro passam também pela criação pública de valor socioeconómico e socioecológico, propulsando programas de desenvolvimento do território que se traduzam em fontes complementares de rendimento das populações, com uma distribuição mais justa.
O ano 2025 vai ser marcado pela eleição dos órgãos das autarquias locais, sendo o momento adequado para os partidos políticos e os seus candidatos apresentarem propostas inovadoras para este novo ciclo, que vão além do tradicional investimento em infraestruturas. Desde logo, espera-se que o novo ciclo possa gerar emprego com mais incorporação de conhecimento e de inovação, sobretudo em bens transacionáveis, que permita reter recursos humanos qualificados na Região. Mas, de igual modo, devem ter uma palavra sobre desafios os grandes societais, como as alterações climáticas.
Espera-se que em 2025 possam ser estabelecidas pontes entre o poder político, o tecido empresarial, o sistema científico e a sociedade, com o propósito de delinear uma trajetória estrutural de recuperação económica e social para o território. Para este desígnio podem contar com a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial.
A todos os leitores do VivaDouro expresso os votos de um Feliz 2025.