IVDP

O Mundo, Portugal e a Região Demarcada do Douro… Parte II

A Região Demarcada do Douro (RDD) não está imune aos acontecimentos globais e, antecipando dificuldades acrescidas pela complexa situação atual, o Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP) tem vindo, em grupos de trabalho sectoriais, a desenvolver análises e proposto medidas para minimizar o efeito do decréscimo mundial do consumo de vinho. Estes grupos de trabalho não são fechados ao Conselho InterprofissionaI e, sempre que se justifique, podem ser auscultados contributos exteriores.

Volvidos cerca de dois anos de análise e discussão em sede de grupos específicos, destaca-se o trabalho produzido sobre a revisão do Estatuto das Denominações de Origem Protegidas (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) da RDD. Este grupo reuniu-se diversas vezes tendo proposto um novo diploma para discussão e aprovação no Conselho Interprofissional do IVDP, IP, sublinhando-se o fim do stock mínimo para a DOP Porto, a possibilidade de reconhecimento do Conselho Interprofissional como agrupamento de produtores, o aumento da proteção das DOP/IGP da RDD, o estabelecimento de regras sobre a densidade de plantação, a regulação do rendimento por hectare na RDD, a alteração do título alcoométrico adquirido das DOP da RDD, maior controlo na coexistência na RDD de vinhos sem direito a DOP/IGP, e a possível simplificação do diploma com remissão de diversas matérias para formas de hierarquia inferior.

Assim, quando na Região Demarcada do Douro (e até a nível nacional e internacional) se vive um momento em que é necessário gerir a oferta, facto que levou o Conselho Interprofissional do IVDP, IP a aprovar uma redução da produção máxima permitida por hectare para vinhos suscetíveis de obtenção de Denominação de Origem, cremos ser pertinente destacar um conjunto de aspetos que resultam da análise dos dados das Declarações de Colheita e Produção de 2019 a 2023, com detalhe por exploração (soma das parcelas) de cada viticultor.

O número de viticultores na RDD tem seguido uma tendência decrescente, sendo que essa diminuição se tem verificado mais acentuadamente entre os que têm explorações de menor dimensão (até 2 hectares): de 2019 para 2023, no total de viticultores, a representatividade dos viticultores com explorações até 2 hectares desceu de 77,4 % para 75,8 %, embora o escalão com maior número de viticultores continue a ser o das explorações com dimensão entre 0,1 e 0,5 hectares.

Nos últimos 5 anos, aumentos no número de viticultores só se têm verificado com explorações de maior dimensão (mais de 8 hectares). De igual modo, no período em análise, regista-se um acréscimo de área de vinha apenas nas explorações com mais de 10 hectares, sendo de notar que as explorações com mais de 8 hectares representavam 48,2 % do total da área de vinha em 2019, tendo atingido 51,6 % em 2023.

A colheita tem registado oscilações significativas nos últimos 5 anos, mas, independentemente dessas oscilações, em termos globais, o rendimento médio por hectare tem-se mantido sempre muito inferior aos limites máximos definidos para a produção de vinhos suscetíveis de obtenção de Denominação de Origem: nos 5 anos em análise variou entre um mínimo de 26,5 hl/ha em 2020 e um máximo de 36,3 hl/ha em 2019. Por outro lado, também se verifica que, em cada ano, o rendimento por hectare não varia significativamente em função da dimensão das explorações.

 

 

Nos anos em que a colheita é mais baixa (2020 e 2022 no período em análise), regista-se, naturalmente, um maior número de viticultores, e uma maior área de vinha, com rendimento por hectare também mais baixo, o que aconteceu anteriormente, nos anos de maior colheita, em que o escalão com maior número de viticultores é sempre o dos que têm um rendimento por hectare inferior a 25 hectolitros. Numa análise mais detalhada dentro de cada escalão de colheita, pudemos também constatar que não há um escalão de dimensão das explorações que seja óbvia e claramente mais afetado pela redução nos limites máximos de rendimento por hectare para vinhos suscetíveis de obtenção de Denominação de Origem.

Finalmente, em 2024, é de notar que, apesar do abrandamento da inflação em vários mercados, não se registou, ainda, uma clara melhoria ao nível do poder de compra, o que se reflete na evolução oscilante das exportações dos vinhos da região, importando discutir todas as medidas, sem quaisquer reservas, e decidir sobre a exequibilidade das mesmas numa lógica de valorização transversal, com manifesta preocupação pela sustentabilidade económica, social, cultural e ambiental do território duriense, património Mundial da Humanidade.

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