Não saio deste tema, dele não quero sair. O nosso maior património é mesmo a humanidade - as pessoas!
O Douro para se consolidar como um território de muitas diferenciações, falta clarificar e evidenciar a maior de todas - ter uma rede estruturada de amparo humano, que será única no país.
Nada substitui, para se ser feliz, a percepção de segurança, de amparo, de cuidados de saúde e sociais, próximos, humanizados e integrados.
O Douro, envelhecido, para rejuvenescer, deve cuidar dos mais velhos e abrir as portas ao emprego dos mais novos.
Estão em desenvolvimento no Douro Sul, soluções capazes de mudar o modo de cuidar. Essas soluções são complementares às já existentes. Não desvalorizam o trabalho nas IPSS, nas juntas de freguesia e municípios. Pelo contrário, complementam-no, preenchendo espaços vazios.
O Aldeias Humanitar tem no terreno no Douro Sul, equipas qualificadas multidisciplinares, com intervenção permanente junto de pessoas em circunstância de fragilidade. E, ainda com estas mesmas equipas, está a concretizar um trabalho conjunto com a Guarda Nacional Republicana, que dá uma nova esperança a muitas pessoas em situação de isolamento e ou vulnerabilidade. Com a GNR faz-se caminho num novo conceito de amparo, Healthsocialcare&security.
Mas é na função profissional de Cuidador Comunitário que se focam, neste momento, muitas atenções. Urge dar às pessoas um apoio inequívoco e realista para que possam permanecer, felizes, nas suas casas, o mais tempo possível.
A rede de Cuidadores Comunitários será um forte e estruturante contributo para se manterem vivas as nossas aldeias. Prestando, a título de exemplo, serviços de vigilância humana, acompanhamento das dinâmicas de controlo e obtenção da medicação, do acompanhamento das refeições, apoio na higiene pessoal, do combate à solidão, do apoio na generalidade das atividades da vida diária das pessoas e apoio aos cuidadores informais.
Estas soluções disruptivas, fora da caixa, em particular a de Cuidador Comunitário, já com provas dadas, se fossem replicadas à escala da Comunidade Intermunicipal, estaríamos a Cuidar dos mais velhos, permitindo-lhes a permanência por mais tempo nas suas casas, e a criar emprego para os mais novos, permitindo a sua fixação pela região.
Para que a rede de Cuidadores Comunitários seja uma realidade no Grande Douro, precisamos falar do assunto e fazer opinião pública, mobilizando vontades.
Quanto ao seu modelo de financiamento, havendo soluções nada complexas, abordarei o tema noutra altura.
O Douro, pode ser, acredito será, o bom exemplo de humanização para Portugal!