A economia do Douro está ancorada no vinho e na estreita ligação ao turismo, fazendo parte da história social, cultural e patrimonial. A inscrição do Alto Douro Vinhateiro na Lista de Património Mundial da UNESCO como paisagem cultural, evolutiva viva depende da paisagem vitícola, como tal, é um ativo que urge preservar atendendo ao valor relevante para o território e o país.
O “Rumo Estratégico para o setor dos Vinhos do Porto e Douro” publicado em 2007 pelo IVDP, sob a coordenação científica do investigador da UTAD João Rebelo, propôs medidas para suportar uma estratégia de sustentabilidade, baseada no reforço da competitividade e em mecanismos de distribuição do valor ao longo da fileira. Este estudo mereceu um amplo consenso entre os agentes do setor do vinho, face aos sinais de crise que se antecipavam.
Perante os desafios acrescidos com que o setor se depara, a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial e a SEDES de Vila Real, desafiaram o autor a revisitar o estudo e a apresentar uma visão prospetiva atualizada sobre estratégias de sustentabilidade para os vinhos do Porto e Douro. Passados estes anos, numa sessão realizada no Palácio de Mateus, confirmou-se que os problemas subsistem e, do ponto de vista estrutural, pouco ou nada foi feito.
O estudo sublinha os principais desafios com que o setor se depara e, baseado na auscultação de representantes do setor e em práticas perspetivadas noutras regiões vitícolas europeias, sugere medidas de competitividade e de sustentabilidade que, desejavelmente, devem ser traduzidas num plano de ação.
Perante a encruzilhada com que se depara a Região, temos de estar à altura das nossas responsabilidades e ajudar a cumprir um Douro de sustentabilidade e de progresso, incluindo os decisores políticos que acreditam num Douro melhor e mais inclusivo.