Não é novo este problema. Já todos sabíamos qual estava a ser a tendência. Mas nesta última década perdemos mesmo muitas pessoas.
Umas emigraram. Outras rumaram a outros pontos do país. E, infelizmente, quase todas as pessoas que foram não voltaram. Muito particularmente as mais novas. E sem gente nova não há nascimentos.
A natalidade é residual. Não se nasce numa grande parte das nossas terras.
Mas morre-se…
Uma década sem que nada de estrutural tenha mudado. Dos governo centrais, nos grandes investimentos e nas medidas impactantes, nada com significado foi no interior. Nada de específico com força para estes territórios em perda.
E isso não pode continuar a ser assim.
Sem mudanças a sério o que vai acontecer será dramático.
Estaremos condenados a fechar?
É a pergunta que importa fazer para que possamos agir com determinação.
O dia de “fecharmos” algumas das nossas terras está quase aí. Nem sequer é futurismo. É mesmo uma realidade próxima.
Perdemos pessoas, perdemos relevância política e económica, caindo-se em desequilíbrio social e ambiental.
E soluções?
Constatada a realidade demográfica, há um primeiro passo a dar para evitar o colapso: Juntar vontades, recursos, dinâmicas económicas e sociais, dando dimensão à região. Com modelos organizacionais desafiadores do que é comum.
Os municípios sozinhos estão sem forças suficientemente indutoras de mudança do andamento.
Não por a não desejarem. Nem por, grande parte deles, não se ter esforçado e, em muitos casos, até com bons resultados. Mas há uma real impossibilidade “mecânica”.
E, por este andar, se não juntarmos rapidamente, no mesmo comboio, as várias locomotivas, temo que seja tarde demais.
Ficaremos irremediavelmente num território de exclusão social e económica ( já estamos quase lá).
Como sabem, e, começo a ser repetitivo, considerei o Douro Sul, há muitos anos a esta parte, como a ESCALA MÍNIMA DE SOBREVIVÊNCIA. Apresentando esta região como uma Cidade Conceptual. Para dar força a concelhos em perda de chão - as pessoas!
Reitero essa solução. Sem me custar a admitir de que, eventualmente, já seja insuficiente e tenhamos que alargar o âmbito. Abrangendo neste conceito de organização territorial, como já referi diversas vezes, grande parte ou mesmo a totalidade dos municípios integrantes da CIM Douro.
Não espero que concordem comigo. Só desejo que consiga provocar reflexão.
Depois de uma década, quase, perdida, vamos à ação?
Grande Douro - a cidade que se impõe!