O Douro, este fantástico território comummente denominado de Vinhateiro, corre o risco de ser só paisagem. Um êxtase pelo olhar!
Um território para grupos de interesses se instalarem confortavelmente na história de séculos construída com sangue suor e lágrimas de muitos seres humanos a quem a vida pouco deu.
E a história repete-se, deixando em fragilidade aguda e nada compensados esses seres humanos, seus filhos e os netos, num círculo vicioso de falta de conforto e oportunidades.
Não fossem os municípios e juntas de freguesia, teríamos um verde deserto de pessoas trabalhado para ser vendido ao quilo de exuberância paisagística e como marca de grande valor.
Eventualmente a exagerar um pouco, mas não muito longe da verdade. O modelo económico e social no Douro pouco partilha.
Para já, destaco como medidas urgentes:
A abordagem de um novo modelo económico e social que permita a viabilidade (económica e social) deste Douro.
Introduzir fontes de receita redistributiva, fazendo do sucesso do turismo um modo de tornar mais justa a vida neste Douro.
A aplicação aos turistas da taxa turística é um imperativo de consciência social.
Quanto ao vinho, particularmente na região demarcada, por falta de competência minha para uma análise das especificidades, deixo para um outro momento a abordagem, manifestando-me preocupado pela complexa situação que se aproxima com a vindima.
As oportunidades são imensas, a esperança muita, a vontade para a mudança existe certamente.