As condições climatéricas foram adversas, mas mesmo assim milhares de visitantes rumaram a Moimenta da Beira para participar na 12ª edição da Expodemo, um certame que celebra os dois produtos maiores do concelho, a maçã e o vinho espumante.
No total eram mais de uma dezena de expositores espalhados pelo espaço em volta do edifício camarário, com o palco principal a ficar localizado no Largo do Tabolado.
O certame, que é de exaltação à maçã, fruto da terra, das raízes e da Luz, assume-se hoje, depois de 11 edições já realizadas desde 2012, como um importante cartaz turístico e cultural organizado pela Câmara Municipal de Moimenta da Beira, que conta com o “Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República” e se mantém como “EcoEvento” em parceria com a Resinorte, uma iniciativa cujo objetivo é garantir que os organizadores assegurem a adequada gestão de resíduos produzidos nos recintos dos eventos, desde a sua prevenção, reutilização e reciclagem e sensibilizar os participantes a colaborar neste justo movimento coletivo.

Presente na inauguração do evento esteve a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes que, em declarações à nossa reportagem, destacou o papel destes eventos para os produtores locais e para a promoção dos produtos autóctones.
“Estes eventos são muitíssimo importantes porque valorizam o trabalho dos produtores e os produtos. São uma prova da resiliência destas gentes.
Aquilino Ribeiro chamou a estas terras, Terras do Demo, são terras difíceis em diferentes aspetos mas ainda assim produzem maçã em quantidade e qualidade como em nenhum outro território, ao qual se junta um excelente espumante.
Temos que continuar a trabalhar para incentivar os nossos agricultores numa parceria muito próxima com os autarcas ara continuarmos a promover a agricultura como fator de coesão territorial e desenvolvimento económico-social, que é determinante em territórios como este”.
Para Paulo Figueiredo, autarca de Moimenta da Beira, a edição deste ano foi um sucesso com milhares de pessoas a participarem no evento.
“Este evento vai na 12ª edição. A noção que temos é que tem vindo sempre a crescer. A maçã é a âncora desta exposição mas os vinhos têm também aqui um papel importante, de acordo com a importância na economia local, mas não podemos dissociar tudo o que existe no nosso concelho como a industria, serviços, associações e coletividades. Queremos ser um evento plural, daí o sucesso desta feira.
Dentro das adversidades climatéricas esta edição foi fantástica, durante o dia choveu na 6ª, sábado e domingo, mas à noite não choveu e acabamos por ter milhares de pessoas no evento. Se não fosse a chuva seria anda mais gente.
Este é um evento muito acarinhado pelo público e não só pelas gentes de Moimenta, vem gente um pouco de todo o lado, mesmo do estrangeiro”.

O autarca explicou ainda que nos próximos anos o certame poderá crescer ainda mais recorrendo aos espaços que estão a ser intervencionados na vila e que poderão triplicar a capacidade.
“Nas próximas edições esperamos crescer ainda mais. Um dos espaços que estamos a intervencionar é o espaço da feira, nas traseiras da câmara que futuramente será também um espaço a ser usado para o crescimento da Expodemo, vamos ter o triplo do espaço”.
Desafiado pela nossa reportagem a escolher o momento mais alto da festa, Paulo Figueiredo não hesita em afirmar que “é o carinho que as pessoas têm por este evento, esse é o aspeto mais importante de cada edição da Expodemo”.
Cooperativa do Távora inaugurou caves
Antes mesmo da inauguração da Expodemo toda a comitiva participou num outro momento inaugural, a abertura das novas caves da Cooperativa do Távora, instalada num antigo edifício do IVV.

A empresa, que conta com 90 funcionários contou com o apoio da autarquia e da CIM Douro para esta intervenção como explicou João Silva, Presidente da Cooperativa à nossa reportagem.
“O investimento foi feito pela autarquia, via CIM Douro com um impacto de capital significativo no qual também participamos.
Em boa altura o anterior autarca conseguiu ter a visão de pôr as verbas todas no mesmo cesto, como costumo dizer, permitindo não esbanjar dinheiro mas aplica-lo numa obra que torna aquele edifício num ex-libris do município”.
Com este novo espaço a cooperativa tem agora a capacidade para armazenar mais de um milhão de litros de vinho, algo que para o presidente é essencial para o seu crescimento.
“A intervenção realizada permite-nos aumentar a capacidade de armazenamento em mais de um milhão de litros de vinho, tendo ainda uma loja e uma enoteca de grande qualidade que também nos permitirá uma maior aposta no turismo.
Esta obra vai-nos permitir guardar vinhos por mais tempo o que irá certamente resultar numa maior qualidade”.
João Silva destacou ainda a importância da Cooperativa para a realidade socioeconómica da vila, contribuindo para fixar e atrair pessoas aquele território.
“No momento em que o país atravessa uma desertificação grande, ter uma empresa como esta ajuda a cimentar a região e ajuda a fixar e atrair gente a este território. Talvez se viva melhor aqui do que nas grandes cidades, é uma vida mais tranquila, com maior qualidade, mas ainda faltam coisas que é preciso fazer para que as pessoas se sintam na plenitude”.
A importância das cooperativas foi também destacada por Maria do Céu Antunes. Para a Ministra da Agricultura o problema do setor é a falta de união dos produtores, algo que as cooperativas podem ajudar a alterar.
“Precisamos de maior capacidade de organização, a Cooperativa aqui do Távora é um bom exemplo, mas temos que ir mais longe. Estamos a trabalhar com a CONFAGRI para podermos ter um novo programa para o desenvolvimento das cooperativas agrícolas. Precisamos de ter cooperativas que congreguem os pequenos agricultores para que ganhem escala e sejam mais competitivos nos mercados, acedendo a eles com outra capacidade até na aquisição de serviços e bens”.