Estimados Leitores,
Portugal volta às urnas a 18 de maio de 2025 para escolher um novo Parlamento, apenas 14 meses após as últimas eleições. Esta nova ida às urnas decorre de mais uma crise política: o governo minoritário liderado por Luís Montenegro (PSD e CDS) caiu, derrubado pelos partidos que votaram contra uma moção de confiança.
Num contexto de incerteza, o voto de cada cidadão ganha um peso acrescido. A participação eleitoral é vital para legitimar democraticamente o próximo governo e contribuir para restaurar a estabilidade. Abster-se é deixar que outros decidam por si, quando temas críticos estão em causa para o presente e o futuro do país.
O acesso à habitação e a inflação continuam a preocupar os portugueses. Os partidos apresentam propostas divergentes: mais regulação do mercado (à esquerda), incentivos privados e cortes fiscais (à direita). O Serviço Nacional de Saúde enfrenta falta de médicos, listas de espera e urgências sobrelotadas, problemas com muitos anos e que não têm tido melhorias recentes. Discutem-se formas de garantir maiorias estáveis e prevenir casos de corrupção.
Discute-se a imigração e segurança, havendo quem defenda políticas de acolhimento e integração e quem quer apertar regras e reduzir apoios sociais a imigrantes. Há algum consenso na necessidade de aliviar a carga fiscal, mas desacordo sobre como fazê-lo: com cortes transversais e nas percentagens (propostos pela direita) ou via ainda maior progressividade e reforço de apoios (defendidos pela esquerda).
A disputa está acesa entre os maiores partidos, PSD e CDS (na coligação AD) e PS, ambos com cerca de 30% nas sondagens. Apesar de ser possível, nos limites extremos das sondagens, uma maioria absoluta da AD, tal afigura-se difícil, pelo que a governabilidade dependerá da capacidade de articulação pós-eleitoral.
Numa democracia madura, o voto não é apenas um direito – é um ato de responsabilidade cívica. Quanto maior for a participação, maior a legitimidade do novo governo e maior a estabilidade futura. Após três eleições em três anos, os portugueses estão cansados – mas o voto é a única forma eficaz de mudar ou confirmar o rumo do país.
Como disse o Presidente da República, “estes são quatro anos decisivos na vida de Portugal” – e por isso, mais do que nunca, o seu voto faz a diferença.