Entrevista Política Sociedade

Luís Machado assume presidência da CIM Douro com João Gonçalves e João Paulo Fonseca como vices

Esta nova eleição do Conselho Intermunicipal acontece após as saídas de Carlos Silva Santiago e Nuno Gonçalves, eleitos deputados nas últimas eleições legislativas. O organismo passa assim a ser liderado por Luís Machado, autarca de Santa Marta de Penaguião. João Gonçalves, autarca de Carrazeda de Ansiães e João Paulo Fonseca, autarca de Armamar, serão os Vice-Presidentes.

Os autarcas presentes na 169ª reunião da CIM Douro, foram unânimes no agradecimento e reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos agora deputados à Assembleia da República Carlos Silva Santiago e Nuno Gonçalves, formulando votos de muito sucesso no desempenho da função para que foram eleitos.

Poucos dias após a reunião, realizada no Centro Interpretativo da Mulher Duriense, em Armamar, que confirmou a eleição, Luís Machado falou em exclusivo ao VivaDouro.

Após uns meses como Presidente em funções, assume o cargo em pleno, eleito unanimemente pelos seus pares. Com que espírito assume esta liderança da CIM Douro?

Com o mesmo espírito que os anteriores tiveram em liderar a região e que agora seguiram um novo rumo nas suas vidas como deputados na Assembleia da República. Foi feito um trabalho longo e árduo, que nos orgulha a todos, e que nos deixa reconhecidos quer ao Carlos Silva, quer ao Nuno Gonçalves.

Naturalmente o espírito é o mesmo, servir a região, construir pontes, projetos e estratégias de maneira a que consigamos afirmar a nossa região do Douro como uma região diferente, de oportunidades, onde os durienses possam ser felizes.

Ao longo dos últimos anos a CIM Douro reinventou-se tornando-se “numa cidade com 19 vereadores” como habitualmente ouvimos dizer. É um legado pesado?

Não. (risos) Eu já fazia parte da direção da CIM 2021, como Vice-Presidente, e já estou na CIM há vários anos como autarca.

Esse é o espírito de todos, naturalmente há uma forma de estar, uma liderança que tem de ser reconhecida, mas também um conjunto de oportunidades que foram surgindo.

A Cidade Europeia do Vinho fez crescer ainda mais este espírito de união, abriu novas portas e este é um desafio grande.

Não é muito preocupante nesse sentido uma vez que todos estes autarcas estão imbuídos do mesmo espírito. Hoje em dia, na nossa Comunidade Intermunicipal, os 19 autarcas têm o mesmo sentimento.

É preciso congregar esse sentimento para continuarmos a afirmar a nossa região, concluir projetos que foram iniciados e pensar em outro com vista ao desenvolvimento do território, correspondendo às expectativas dos durienses.

Fazer melhor quando aquilo que já se está a fazer é bem feito, é, de facto, difícil, mas temos que pensar sempre em fazer melhor, reconhecendo e tendo orgulho naquilo que foi feito até hoje.

Havia um entendimento até agora que o partido com mais autarcas era o que indicava o Presidente da Comunidade. No seu caso é autarca eleito pelo Partido Socialista, que é o segundo com mais autarcas, depois do PSD. Numa altura em que está também no seu último mandato como autarca. Sente que esta nomeação é um reconhecimento, dos seus colegas, do trabalho que desenvolveu como autarca e Vice-Presidente da CIM?

É, de facto, uma situação nova. No meu entender, uma das grandes vitórias que tivemos na nossa Comunidade, foi deixar os partidos à porta daquilo que eram os nossos interesses enquanto gestores deste território.

Desde que sou Presidente da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião, em 2013, pertenço à CIM e este foi sempre o entendimento. Esta é mais uma solução de entendimento da região, que decorre da confiança, da convivência e do compromisso que todos temos.

Foi uma decisão pacífica e unânime, agora cabe-nos assumir estes cargos com muito trabalho e dedicação, correspondendo às expectativas que os nossos colegas têm de nós.

Nesta altura, na Comunidade Intermunicipal do Douro somos todos iguais, sendo diferentes, mas principalmente estando todos com o mesmo compromisso que é, servir cada vez melhor a região.

Já referiu que há projetos para concluir e outros para começar, pode concretizar que projetos são esses?

Há projetos difíceis que, infelizmente, não dependem de nós como a questão das acessibilidades ou da mobilidade, mas é preciso definir algumas prioridades.

No dia 24 assinamos o contrato de ITI (Investimentos Territoriais Integrados), que é mais uma oportunidade por duas razões. Primeiro porque os autarcas já têm uma noção real das necessidades dos seus territórios, e em segundo, porque temos uma capacitação diferente e devemos aproveitar esta oportunidade para a melhorar.

Se conseguirmos concluir os processos da Linha do Douro e da navegabilidade do rio, e iniciar o da mobilidade, quer digital, quer viária, será um desígnio deste mandato e do próximo. Não estamos preocupados em que sejamos nós a concluir os projetos, o mais importante é que eles sejam concluídos.

Temos também que nos ir adaptando às alterações climáticas, que é um novo desafio, assim como termos que nos habituar aos centros urbanos estruturantes. São novos desafios e oportunidades com os quais nos deparamos e que temos de analisar para definirmos qual o melhor caminho a traçar para a nossa Comunidade.

Obviamente que os nossos produtos e a sua promoção serão sempre a base de toda a estratégia, no sentido que criar mais valor para o território.

Com a mudança de Governo, que expectativas tem a CIM quanto aos projetos mais estruturantes como a Linha do Douro ou a questão da navegabilidade do rio?

A nossa expectativa mantém-se positiva naturalmente, são compromissos do Governo da nação e naturalmente vamos rapidamente solicitar audiências aos novos governantes para confirmar de facto esse compromisso para com a região.

Não são compromissos de um Governo partidário, é um compromisso do Governo da nação e, como tal, esperamos naturalmente que os novos governantes mantenham a palavra e o compromisso com a região.

Agricultura, Infraestruturas e Coesão, são três das pastas governamentais mais importantes para a região, e com as quais havia já uma relação de trabalho longa no último Governo. Esperam manter este bom entendimento com os novos governantes?

Contamos com toda a abertura e disponibilidade do Governo da nação para com a nossa região e os compromissos assumidos.

Somos um país de bem e naturalmente os compromissos que os governos assumem, quem tiver o privilégio de vir a seguir terá que o respeitar e essa é a nossa convicção.

Para concluir esta primeira entrevista, pedimos-lhe que deixe uma mensagem para os durienses, que a partir de agora lidera.

A mensagem para os durienses é sempre a mesma, trabalhamos sempre para a sua melhoria de vida e o seu bem estar.

Somos uma cidade grande com 19 vereadores e independentemente da liderança que está no momento, os durienses podem confiar nos seus autarcas porque a nossa vontade é servir cada vez melhor. Podem confiar que, cada dia que passa, a nossa região está melhor

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