O Dia Internacional das Leguminosas celebra-se, este ano, com o lema que dá título a este artigo. E o futuro será sustentável porque nele existem leguminosas com os benefícios que estas proporcionam aos sistemas alimentares e ao meio-ambiente.
São fundamentais porque aumentam a resiliência dos sistemas agrícolas em regiões com escassez de água e toleram melhor a seca em comparação com outras culturas, sendo espécies essenciais na adaptação às alterações climáticas. O seu cultivo estreme, em consociação com outras culturas, ou em rotação de culturas, ajuda a fertilizar os solos por fixação de azoto atmosférico permitindo a redução do uso de adubos químicos e o aumento da produtividade.
O CITAB desenvolve, há vários anos, investigação nas várias vertentes em que as leguminosas contribuem para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030. O grande desígnio é ‘não deixar ninguém para trás’, priorizando as pessoas em maior situação de vulnerabilidade num esforço coordenado para acabar com a pobreza em todas as suas formas.
As atividades de outreach do CITAB têm, também, contribuído para a sensibilização dos mais jovens para o papel fundamental das leguminosas na nutrição e na procura de um melhor ambiente. Sob o mote ‘Recursos Genéticos: um Património para a Sustentabilidade Mundial’, tem sido dada a conhecer a grande diversidade de algumas leguminosas de grão conservadas no banco de germoplasma da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Os alunos de primeiro ciclo e ensino secundário ficam assim cientes do trabalho de prospeção realizado junto de agricultores, por todo o país, e também a conhecer leguminosas fornecidas por outros bancos mundiais de germoplasma. Os alunos mais jovens podem, desta forma, observar e discutir a grande variabilidade de cores, formas e tamanhos do grão de diferentes leguminosas, como é exemplo o feijão comum, o grão-de-bico ou o feijão-frade.
São sensibilizadas para os benefícios do seu consumo, para a sua forma de conservação (grão seco) amiga do ambiente, e da sua importância para os produtores locais. Por outro lado, aos alunos de ensino secundário são mostrados estudos de DNA que nos permitem identificar toda a diversidade genética de leguminosas cultivadas e silvestres, assim como os genótipos mais bem adaptados a condições ambientais adversas, alertando para a sua responsabilidade na preservação dos recursos genéticos de leguminosas.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) determinou 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas. Dois anos mais tarde, a Assembleia Geral das Nações Unidas, reconhecendo o potencial das leguminosas para o Desenvolvimento Sustentável, designou o dia 10 de fevereiro como o Dia Internacional das Leguminosas.
As leguminosas de grão são uma garantia de subsistência em várias regiões do globo e a celebração desta data ajuda-nos a reconhecer e valorizar a sua importância mundial, tanto na alimentação humana como animal.