Foi inaugurado, no passado dia 18, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o MASSIVE Virtual RealityLaboratory, em parceria com o INESC TEC.
Em oposição aos restantes laboratórios de realidade existentes na península ibérica, onde são privilegiados os sentidos da visão e da audição, no MASSIVE Virtual RealityLaboratory são estimulados e estudados os 5 sentidos, em diferentes aplicações. Estas aplicações não têm por único objetivo o estudo mas também a sua aplicação em áreas tão diversas como a educação, treino e certificação, indústria, turismo ou saúde.
Esquipado com as mais recentes tecnologias na área da Realidade Virtual, o laboratório encontra-se dividido em quatro espaços distintos: sala experimental, sala experimental multissensorial, sala de controlo e sala de questionários.
O Viva Douro esteve no MASSIVEpara perceber o que é este laboratório e como podem estas aplicações ser aplicadas à realidade.
Chegados ao laboratório e após uma pequena conversa introdutória onde nos é explicado como surgiu este espaço, somos preparados para uma viagem multissensorial. Esta preparação é feita com a ajuda de alguns alunos, de diferentes mestrados na UTAD, que trabalham no projeto.
Depois de tudo pronto somos levados para uma sala onde, nos são dadas mais algumas instruções, um avatar diz-nos que vamos passar por uma série de portais, para os quais precisamos encontrar e recolher uma chave que os abra. Os cenários são distintos, desde um campo verdejante até um cenário gelado ou um outro onde a nossa capacidade de lidar com as alturas é posta à prova quando temos que atravessar uma ponte colocado sob um precipício.
A grande diferença desta experiência em comparação com o que é feito em outros laboratórios é o facto de, à medida que vamos mudando de cenário, vamos sentindo diferentes cheiros e temperaturas, e sentimos mesmo o chão a tremer quando estamos num cenário de pontes e uma nave espacial passa junto a nós, a sensação de estar a viver aquele momento torna-se quase assustadoramente real.
Depois desta experiência somos levados para uma segunda sala onde um outro projeto está a ser explorado, o DouroTUR. Este projeto é mais semelhante às experiências de realidade virtual que conhecemos, com os óculos colocados e uns comandos na mão, somo levados para um cenário real à nossa escolha (de momento ainda só está desenvolvido o cenário do miradouro de São Leonardo de Galafura). A sensação é de que estamos realmente naquele local imortalizado na poesia de Miguel Torga, os detalhes não são deixados ao acaso e, apesar de ainda faltarem alguns pormenores, quem nunca esteve no miradouro real pode perfeitamente ficar com a ideia de como ele é.
O objetivo deste projeto é colmatar o fosso existente entre as potencialidades do Douro e o seu desenvolvimento, maximizando o papel do turismo na estimulação da economia local, sob uma perspetiva sistémica e holística.
Finalmente somos levados para um último espaço onde nos deparamos com uma bola gigante que roda num eixo fixo, a ideia é que nos permita circular pelo espaço virtual sem que saiamos do mesmo espaço real. Para experimentar este cenário somos levados para o interior de um jogo onde, numa floresta assustadora, temos que encontrar algumas pistas que nos permitam ficar a salvo de um homem que nos persegue.
Ao longo de todo este percurso, somos levados a experimentar sensações únicas ajudados pelos diferentes cenários a que somos expostos e a estímulos sensoriais que nos são dados.
Maximino Bessa, investigador do Centro de Sistemas de Informação e Computação Gráfica do INESC TEC responsável pelo laboratório, que também é docente na UTAD explica-nos que “o objetivo é tornar o laboratório um espaço aberto à colaboração com a comunidade académica e industrial, pretendendo apoiar a competitividade da economia recorrendo às soluções tecnológicas de que o laboratório dispõe”, concluindo que este é um projeto único que “para além de ser multissensorial, aposta também numa equipa multidisciplinar”.
Este laboratório é dividido em dois projetos, o MASSIVE, que dá nome ao espaço, e o “TEC4Growth - PervasiveIntelligence, EnhancersandProofsofConceptwith Industrial Impact”, sendo ambos financiados, o primeiro pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e o segundo através do programa Portugal2020, num total de cerca de 700 mil euros.
Presentes na inauguração estiveram, entre outros, o Reitor da UTAD, António Fontainhas Fernandes, o presidente do INESC TEC, José Manuel Mendonça, e o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.