Conhecer e apreciar um vinho é também conhecer e sentir o seu território e a sua cultura. A presença dos Vinhos do Porto e do Douro no mundo leva consigo a paisagem e o talento das pessoas que o produzem. A identidade que lhes é conferida pelo seu terroir torna-os únicos.
O consumidor, e não importa a nacionalidade, gosta de conhecer o território e a cultura dos vinhos que aprecia e os vinhos do Porto e do Douro são, pelo seus territórios e histórias, dos mais ricos e surpreendentes.
Tudo começou com o Vinho do Porto que há mais de dois séculos leva a Região Demarcada do Douro, a cidade do Porto e o País para os quatro cantos do mundo, tornando-se num verdadeiro embaixador de Portugal. O Douro Vinhateiro fica na história como a mais antiga região vitivinícola demarcada e regulamentada, criada em 10 de setembro de 1756, por ato do Marquês de Pombal. Tal como noutras áreas, ao longo dos séculos, Portugal contribuiu de forma decisiva para a instituição de um conceito que é hoje pedra angular no sector agroalimentar: a Denominação de Origem.
Ao longo do tempo, o Douro soube crescer e inovar. Afirmaram-se novos vinhos e negócios, conquistando e fidelizando cada vez mais consumidores. Ainda assim, há muito trabalho pela frente na abertura, fidelização e diversificação dos mercados. Unir esforços, articular competências e criar rede é um imperativo para satisfazer milhões de consumidores e continuar a surpreendê-los.
Um vinho não é apenas uma bebida ou uma mercadoria. Está associado a uma forma de vida, ao património, à cultura e ao turismo; é fator de crescimento económico, estimula a inovação, garante e promove a diversidade dos territórios. Os vinhos do Porto e, cada vez mais, os vinhos do Douro contribuem significativamente para a afirmação e reconhecimento internacional dos vinhos portugueses, cujas exportações têm vindo a crescer de forma sensível e sustentada.
Reconhecer estes factos, relembrar toda a construção histórica e projetar o futuro trará novos rumos ao Douro.
Manuel de Novaes Cabral