Após quatro anos à frente do Executivo Autárquico de Vila Nova de Foz Côa, e com quase duas décadas de ligação à vida política do concelho, João Paulo Sousa assume agora a Presidência da Fundação Côa Parque (FCP), com o objetivo de “aproximar a Fundação do território”, explicou em declarações exclusivas ao VivaDouro.
Após renunciar ao mandato de autarca, João Paulo Sousa assume que “o ciclo político chegou ao fim”, garantindo, contudo, que ainda sente “força e motivação para trabalhar em prol da cultura de Foz Côa”. Na conversa com a nossa reportagem, o novo Presidente da FCP recorda os primeiros movimentos para salvaguardar as gravuras, nos anos 90.
“Estive envolvido neste complexo, mas tão eloquente problema que era a questão de as gravuras ‘não saberem nadar’, desde 1992/93, logo no início de todo o processo, na altura era professor, e em 2004 fui candidato a Diretor do Parque Arqueológico.
Quando surgiu o convite, sabendo-se já no seio da minha equipa camarária que não seria candidato às autárquicas, fiquei muito satisfeito até porque me sinto ainda com muita força e motivação para desenvolver a cultura em Foz Côa.
Sendo eu daqui, conhecendo e percebendo o território como natural que sou da Muxagata onde há inúmeras gravuras, considero que estou em condições de dar um bom contributo à Fundação, à região e ao território”.
Para o mandato que agora se inicia, João Paulo Sousa tem como objetivo uma aproximação da Fundação ao território e às suas gentes, fortalecendo a ligação com as autarquias mais próximas.
“Digo habitualmente que a Fundação tem duas missões muito importantes. A primeira é desde logo a função de pesquisar, preservar e divulgar o Parque e o Museu. Depois há uma segunda missão, também ela muito importante, que é aproximar o território da Fundação. Não posso convencer outros se não tiver convencido, desde logo, aqueles que aqui estão.
Temos de aproximar os autarcas do Douro deste bem incomensurável que é Património Mundial, e o mesmo com os autarcas do distrito da Guarda. Temos de nos lembrar que o Côa não é só Foz Côa. Há outros conselhos que integram este território. Enquanto todos estes atores não sentirem, com intensidade, este território, é difícil ganhar esta batalha”.