Em plena época de vindimas, crise é a palavra mais associada ao Douro. Vive-se uma das piores crises das últimas décadas no setor do vinho.
A beleza excecional e única do Douro inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO contrasta com uma diversidade de desafios de coesão territorial, tanto nível social (envelhecimento, falta mão-de-obra) e económico (competitividade), como ambiental (alterações climáticas), para os quais é essencial identificar respostas e propor medidas de intervenção estratégica.
Não obstante o desempenho económico do Douro ter uma trajetória positiva e se afirmar por um perfil exportador, alcançando interessantes quotas de mercado em setores como o vinho e o turismo, persistem debilidades de recursos humanos qualificados e da despesa em I&D em relação ao PIB, cujos indicadores estão muito abaixo dos centros mais dinâmicos do litoral.
Posicionar o Douro numa economia inovadora e geradora de maior valor acrescentado, exige políticas que promovam a mudança para um perfil da economia baseado em setores de atividade competitivos assentes na valorização do conhecimento, que reforce pontes entre o mundo do ensino e da ciência com o mundo do fazer.
Para tal, é essencial ultrapassar a deficiente cultura de trabalho em rede e colaborativo entre as instituições da Região. Urge delinear uma visão para um Douro territorialmente mais equilibrado, baseada na incorporação de conhecimento e perspetivada à luz de ecossistemas regionais de inovação, visando um desenvolvimento mais equitativo, descentralizado e próximo das realidades locais.
O desenvolvimento do Douro exige um rumo estratégico, exige políticas que promovam investimentos para criar valor baseadas na inovação, que criem emprego e fixem população. Alcançar este desígnio passa por um compromisso coletivo e por projetos que envolvam os diferentes atores regionais.