Entrevista Penedono Sociedade

Futuro das cooperativas passa pelo associativismo e interligação entre si

[caption id="attachment_1376" align="alignleft" width="300"]João Ferreira, presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira João Ferreira, presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira[/caption] O VivaDouro esteve à conversa com António Camilo, presidente da Cooperativa Agrícola de S. João da Pesqueira e com o presidente João Ferreira, presidente da cooperativa de Penela da Beira. Na opinião dos dirigentes o futuro das cooperativas passa por mais associativismo entre si. Em que contexto surgiu a cooperativa de Penela da Beira? A história tem a ver com a tradição de produção de castanha nesta zona de Penedono. Também teve como motivação mais próxima os anos anteriores a 1997, altura em que os mercados paralelos prejudicaram os produtores. Isto não podia continuar, então juntou-se um grupo de pessoas interessadas em mudar esta lacuna no escoamento do produto e fundou-se a cooperativa. Quais são os principais objetivos da cooperativa? O objetivo de facto é promover a castanha, trazer mais rendimento para os produtores, defendendo-os dos mercados paralelos que só têm prejudicado o produto e que estiveram na base da formação da cooperativa. Quais são as principais vantagens que o produtor encontra ao trazer a castanha para a cooperativa? As vantagens são muitas e neste momento são muito alargadas, porque além de cooperativa somos também Organização de Produtores reconhecida, com todas as exigências que isso representa. Temos uma informação permanente com os produtores, prestamos apoio técnico desde o lançamento de projetos de exploração de soutos, até à evolução da maturação do produto. Desde logo o sócio produtor que está aqui na Associação de Produtores tem apoios majorados a nível dos auxílios à produção agrícola, portanto temos aqui muitas valências que prestamos aos sócios que eles teriam que se deslocar muito longe para encontrar. Para além disto sublinho ainda a defesa perante o mercado que neste momento é a mais importante, conseguimos ter uma certa regulação do mercado porque já temos o nosso produto reconhecido até no estrangeiro. No que diz respeito à produção dos últimos três anos, qual foi a quantidade de produto produzida? O nosso maior ano de produção irá ser este, tendo em conta os últimos cinco anos. O ano passado foi um ano de pouca produção, até porque tivemos um problema muito grande, que foi o ataque do mercado paralelo. Há três anos para cá o preço da castanha disparou e não foi derivado a motivos internos, foi na Itália, onde a praga da Vespa dos Castanheiros teve um enorme impacto. Como não tinham matéria vieram procurar castanha a toda a Europa. Posso dizer que no ano passado nos desviaram 50% da produção. Este ano os produtores deixaram de poder escoar para aqueles mercados paralelos, desta forma está a fluir muito a castanha, neste momento já temos mais de metade da produção do ano passado e ainda não acabou a campanha. Quantas toneladas têm até ao momento? Estamos a apontar para 700 toneladas. No ano passado tivemos cerca de 300. Em quanto é que isso se traduz em termos monetários? Em termos de valor de faturação atingimos cerca de 800 mil euros com 300 toneladas. Este ano vamos ter um volume de produção muito maior, em termos proporcionais vamos ter um volume de vendas também superior. Mas ainda não temos uma perspetiva definida. Quais são as principais fragilidades do setor em Portugal neste momento? Neste momento priorizo a resolução do problema do mercado paralelo. Depois há as pragas. Temos aí uma que não teve impacto este ano, que é a Vespa das galhas do castanheiro. Conseguimos ter uma ação concertada com a delegação regional, com os ministérios, com as autarquias da região, fizemos reuniões e debates nas câmaras, conseguimos mesmo identificar e travar alguns focos. Esperemos que o impacto não seja como em Itália, porque foi uma tragédia. Quais são as principais dificuldades que a cooperativa tem neste momento? Este ano as dificuldades resultam de um aumento de produção que não estávamos à espera, mas até é uma dificuldade boa. Em termos concretos posso dizer que é a falta de gente aqui na região de forma a assumir cargos de gestão dentro da cooperativa. Necessitávamos de mais gente, essa é a grande dificuldade. Depois há ainda outro problema, que já estávamos a contar com ele, o espírito individualista das nossas gentes. Queremos também inverter isso, mas por vezes é difícil. O que é que espera para o futuro da cooperativa? Perspetivo um bom futuro. Estamos a trabalhar com um produto de excelência e queremos torná-lo ainda melhor. Trabalhando na qualidade e na excelência o futuro está assegurado. Todos os produtores para terem futuro vão ter de estar interligados.  

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