Festa da Castanha regressa a Sernancelhe no último fim de semana de outubro

Para o autarca sernancelhense, Carlos Santos, este certame serve para valorizar o produto maior do concelho, mas também outros aspetos relevantes da história do território.

“A Festa da Castanha é o maior certame do nosso concelho. Sernancelhe é conhecido pelo santuário mariano mais antigo da Península Ibérica, que levou a N. Sra. Da Lapa aos quatro cantos do mundo, mas é também a Terra da Castanha, um produto endógeno que deve ser valorizado.

Este certame é um cartão de visita ao qual podemos somar os nossos passadiços ou toda a envolvência que temos com a vida e obra de Aquilino Ribeiro.

Trabalhamos para promover a nossa etnografia e as tradições do nosso concelho que foram mudando pouco a pouco e agora tem surgido uma nova realidade que é a terra do Marquês do Pombal, que nasceu aqui no nosso concelho”.

Quanto a expectativas para esta 32ª edição da Festa da Castanha, Carlos Santos afirma que “são altas”, até porque, explica o autarca, “este é um evento agregador, reúne desde o agricultor, às famílias, a Confraria da Castanha, empresários, e muito mais, um conjunto de atividades que vivem à volta deste fruto”.

O Presidente da Câmara de Sernancelhe lembra ainda que este ano a Festa terá ainda outro interesse com a celebração dos nove séculos da atribuição do Foral a Sernancelhe.

“Esta é a 32ª edição deste certame e este ano coincide com a celebração dos 900 anos do nosso Foral.

Aquilino Ribeiro dizia que o castanheiro precisava de 300 anos para nascer, 300 para viver e 300 para morrer, o que dá os 900 anos, daí pensarmos num programa que juntasse os dois eventos numa celebração única”.

Carlos Santos convida todos a visitarem a Festa da Castanha e o concelho destacando que este e “um evento sensorial”.

Armando Mateus: “É um evento com enorme retorno para o nosso concelho”

Após 31 edições já realizadas, ainda há espaço para inovar?

Sim. São já muitas edições, mas ano após ano temos conseguido levar a cabo algumas mudanças em especial agregando outros momentos a este grande certame.

Este ano essa inovação é em volta da celebração dos 900 anos do nosso Foral e os visitantes poderão ver essa temática muito presente.

Vamos evocar essa data no dia 26, que calha no dia de sábado, o segundo do programa e que integra uma parte mais institucional. Teremos ao longo de todo o fim de semana momentos que nos irão reportar para estes nove séculos de história.

Ainda a alguma distância da campanha da castanha deste ano, há alguma previsão quanto à quantidade e qualidade do fruto este ano?

Estamos num ano mais seco, isto não interfere na quantidade ou no calibre da castanha, poderá é trazer alguns problemas com parasitas, contudo por agora podemos afirmar que estamos perante um ano normal.

A chuva que surgiu nos últimos dias acaba por vir também numa época favorável e que pode ajudar a melhorar os indicadores que já existem.

Há muitos ouriços, houve muita polonização, por isso acreditamos estar perante uma boa quantidade nesta campanha.

Anualmente milhares de pessoas visitam este certame e participam nas diversas atividades que integram o programa. Estes momentos também são importantes para manter a pujança deste evento?

Foram questões já ponderadas em outras edições porque o evento já ganhou uma dimensão considerável por si próprio.

Em outros anos, forçados pelas condições climatéricas, já tivemos de desviar essas atividades para outras datas. Situações às quais somos alheios, mas que nos vieram provar que a Festa da Castanha vale pelo seu todo.

É natural que torne o evento mais complexo e que traga uma maior quantidade de pessoas, mas é esta conjugação de atividades que fazem que este certame tenha atingido a grandiosidade que atingiu.

Podíamos separar tudo isto e realizar dois ou três eventos com muito publico, contudo já o experimentamos (forçados, como expliquei atrás) e percebemos que esta é a essência e o espírito da Festa da Castanha.

Quem vem fazer a prova de BTT, por exemplo, vem em família, enquanto um ou dois elementos participam na prova, os restantes elementos podem estar no Exposalão a ver os expositores presentes, são atividades que se completam.

Pode-nos adiantar um número de visitantes que espera ter aqui?

Não conseguimos quantificar o total de visitantes até porque este é um evento gratuito, mas estimamos que ao longo dos três dias passem pelo evento cerca de 80 mil visitantes.

Com tanta gente é normal que aqui ou ali surjam constrangimentos diversos, por exemplo no estacionamento, por isso é que temos pronta uma rede de parques de estacionamento e transfers para que as pessoas se possam deslocar comodamente. O mesmo acontece com a restauração, os espaços presentes no Exposalão não têm capacidade para responder a toda a gente, por isso é que na entrada no certame os visitantes terão um prospeto que os informa onde podem comer, que outros espaços no concelho podem visitar, entre outras informações. Tudo pensado para que quem vem até nós tenha a melhor experiência possível e saia daqui satisfeito.

A economia do concelho é valorizada com a realização deste evento. Qual é a verba envolvida na organização deste certame?

Um evento destes, agregando outras iniciativas como já expliquei, tem um investimento que supera os 200 mil euros.

Contudo, é também um evento que nos traz muito retorno, não para o município em si, mas para o nosso tecido empresarial com especial enfoque na restauração e hotelaria.

A este propósito posso referir, por exemplo, uma história engraçada de um casal que veio ao certame, durante um passeio pelo centro histórico viu uma residência à venda tendo-a já adquirido e agora é usada como casa de férias, e este não é um exemplo isolado.

Solicitamos ainda que deixe uma mensagem aos nossos leitores.

Visitem a Festa da Castanha, aquela que mantém a sua identidade. Nestes convites gosto de associar os sentidos e este é um evento onde se sente o cheiro a magusto, onde se vêm as cores do outono e onde saboreamos o paladar da castanha. É uma festa de nostalgia, quente nas cores, mas fria na temperatura.

Venha sentir esse frio no rosto e o calor do nosso acolhimento.