Sernancelhe Sociedade

Festa da Castanha: 30 anos a promover a Martaínha

A celebrar 30 anos de Festa da Castanha, Sernancelhe prepara-se para uma edição especial deste certame. A realizar no último fim de semana de outubro, o vereador Armando Mateus esteve à conversa com o VivaDouro antecipando aquilo que será a Festa da Castanha 2022.

São 30 anos da Festa da Castanha, é esta a festa mais importante do município?

Tenho que assumir que sim.

A Festa da Castanha é aquela que, pela longevidade, traz mais notoriedade ao concelho, aquela que alavanca o nosso produto de excelência, que é a castanha Martaínha, aquela que atrai milhares de visitantes ao nosso concelho e traz retorno financeiro à economia local.

É sem dúvida o grande evento de Sernancelhe e que acaba por ajudar também a alavancar todos os restantes que organizamos ao longo do ano.

Nesta edição tão especial que novidades podemos esperar?

Tem sido um crescendo, nomeadamente na organização dos eventos pelos quais sou responsável.

Esta é a minha nona edição deste evento, já recebi uma responsabilidade muito grande porque este evento era já uma referência na região, com a equipa que temos o objetivo sempre foi melhorar a edição seguinte.

Obviamente, passado 30 anos, há que marcá-los de uma forma diferenciada. Para esta edição a grande aposta é homenagear aqueles que, ao longo de todo este tempo, trabalharam em prol do sucesso deste evento, assim como as entidades que por aqui foram passando.

Nesta edição estamos a desenvolver um documentário, que irá ser apresentado na inauguração do evento, com o registo destas três décadas, recorrendo ao arquivo do município, ainda muito em formato papel com notícias de jornais e cartazes.

O início deste evento foi num local próximo da sede do município, ao ar livre, sujeito às condições do clima já em pleno outono. Um percurso interessante que este evento foi tendo ao longo dos anos, e que agora as pessoas vão poder conhecer já em formato digital, mas também, por exemplo, no espaço do evento com a exibição dos 30 cartazes do evento, contando também eles a história de como temos evoluído em termos de comunicação do evento.

No fundo, nesta edição vamos homenagear quem ao longo de 30 anos trabalhou e se dedicou a esta Festa da Castanha. Será uma festa que percorrerá os 30 anos da sua história e a sua evolução, transformando esta festa num evento, atrevo-me a dizer, de dimensão internacional.

Tem uma estimativa de visitantes que Sernancelhe poderá acolher neste fim de semana?

Sou sempre muito cauteloso nessa estimativa.

No primeiro ano que fui responsável pela organização da Festa da Castanha apercebi--me que me deixei levar pelo entusiasmo e fui um pouco exagerado.

Garantidamente ultrapassamos os 50 mil visitantes, isso é uma certeza. É uma logística bastante cuidadosa, não só na organização.

Este é um evento genuíno, de tradições, com uma personalidade forte que queremos manter. Com 30 anos esta é já uma festa adulta e madura.

Hoje em dia as preocupações que temos prendem-se com questões de segurança e de satisfação de todos quantos nos visitam.

Um concelho de seis mil habitantes, que durante um fim de semana recebe 50 mil visitantes, tem que ter resposta para uma série de situações que podem surgir.

Com esse fluxo, como é que se gere, por exemplo, a questão do alojamento e da alimentação?

A grande maioria dos visitante vem cá somente durante o dia, não pernoita, algo que pretendemos mudar e que acontece também porque não há oferta suficiente, não só em Sernancelhe como nos concelhos vizinhos, em especial Moimenta da Beira, Penedono, Trancoso e Aguiar da Beira.

Os visitantes que acabam por pernoitar aqui são aqueles que além da visita vão também participar em alguma das provas desportivas que temos no programa, como é o caso do trail, da caminhada ou do BTT. São provas que se iniciam muito cedo e por isso os participantes procuram dormida, vindo de véspera.

Teremos que continuar a apostar neste aspeto e a verdade é que as respostas vão surgindo, não através de unidades de grande dimensão, mas muito no alojamento local e no turismo rural.

Quanto à alimentação, na tenda gastronómica tentamos que os espaços sejam da responsabilidade de outras entidades que não os restaurantes locais porque esse já ficam lotados por natureza e é assim uma forma de aumentar a nossa capacidade.

Outra aposta que temos vindo a fazer mais recentemente neste ramo, é na chamada fast-food, com maior capacidade de resposta, mas que tem que ter sempre um cariz de ligação á nossa realidade como as bifanas, sandes de leitão ou porco assado, por exemplo, associando a isto os nossos vinhos e os vinhos da região, onde temos também uma oferta bastante alargada.

Esta será uma aposta deste ano, uma tenda maior para os restaurantes com lugar sentado, e uma outra tenda, à qual iremos chamar "lounge", uma tenda de bem estar com muita oferta de comida de rua. Assim agradamos aos diferentes gostos de quem nos visita.

Vamos ainda ter vários parques de estacionamento em redor do evento, permitindo assim também que as pessoas circulem de forma mais fácil, usando os tranfers que estarão à disposição gratuitamente, e que circulam em espaços temporais de 10 a 15 minutos.

Para quem nos visita temos ainda outra oferta, que já incluímos há alguns anos, que é o comboio turístico que, além de transportar as pessoas até ao evento, faz ainda um circuito de visitação pelo centro histórico da vila.

Em 2020 o evento foi exclusivamente online por força da pandemia, em 2021 o online foi mantido mas já houve também atividade presencial. Este ano, já sem praticamente nenhumas restrições derivadas da pandemia, a versão online será para manter?

A aposta no online acabou por ser forçada devido à pandemia mas os resultados foram muito positivos, mesmo no ano passado onde já foi possível receber pessoas no Exposalão mas que muita gente ainda optou pela compra de castanha online.

Essa era uma aposta que prendíamos manter, contudo o executivo municipal decidiu este ano não manter esta aposta, por uma razão específica e que esperamos que não se volte a repetir, a seca.

É um ano em que a quantidade de castanha será muito reduzida devido ao longo período de seca que vivemos e, por essa razão, consideramos importante ter o máximo de produto disponível no evento presencial.

Ainda que o castanheiro não seja uma cultura que tenha uma grande necessidade de água, também não lida bem com as temperaturas elevadas que se registaram este ano.

Portanto, este será um ano de colheita baixa, e muito possivelmente de menor qualidade do que é habitual. Normalmente anos de pouca quantidade dão muita qualidade mas a conjugação de fatores este ano faz-nos ficar na expectativa.

Podemos então afirmar que, na fileira do castanheiro, este será um ano de menor quantidade e qualidade?

Em termos de quantidade seguramente que sim, em termos de qualidade temos ainda que aguardar, mas poderá ser.

Se lhe pedisse para nos indicar o ponto alto do evento deste ano, qual seria a escolha?

O ponto alto penso que será exatamente o momento de abertura com tudo o que já referi atrás. Será um momento muito marcante com a presença de muitos rostos que marcam a história destes 30 anos de Festa da Castanha.

Outro ponto que merece destaque é a apresentação de depoimentos dessas personalidades e entidades que fazem parte da história do certame, bem como de produtores e outros negócios ligados a este setor, que começam a ser divulgados a 26 de setembro, até bem próximo da data do certame.

O associativismo desempenha também um papel importante neste evento?

Sem dúvida. Este ano a tenda de boas vindas, aquela que alberga os espaços mais institucionais será aumentada, permitindo assim a presença de mais associações e parceiros deste evento.

Para terminar pedimos-lhe uma mensagem para todos aqueles que pretendem vir até Sernancelhe para a Festa da Castanha.

A mensagem que posso deixar é exatamente a apelar que nos visitem. Será uma visita que terá como retorno uma grande satisfação para todos que por aqui passem.

Para aqueles que já ouviram falar deste evento e pensam visitá-lo, este é o ano certo para o fazer. É uma feira que assinala três décadas e por isso será uma edição especial, direi mesmo, de excelência, onde vamos mostrar tudo aquilo que fizemos ao longo de todo este tempo. Para quem ainda não veio é o ano certo.

Quem vier é certo que terá um bom cartaz de animação, boa castanha assada, boa jeropiga.

Com muito desporto pelo meio, bem como uma série de atividades paralelas já tão típicas desta organização.

É um evento para toda a família?

É o evento certo para uma visita em família, com tudo preparado para os receber.

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