Feliciano Amaral é Viticultor e Tenente-Coronel da Guarda Nacional Republicana. Natural de Ervedosa do Douro, Concelho de S. João da Pesqueira o militar apresenta a sua candidatura liderando o Movimento Viticultores Durienses (VD).
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Numa nota enviada à comunicação social o candidato “defende uma Casa do Douro forte e pública que represente todos os Viticultores (quer os que unicamente produzam uvas, quer os que também comercializam vinhos) porque a história demonstra que é a melhor salvaguarda, especialmente nos momentos de crise”, acrescentando que a tomada de decisão se prende “com a crise que se instalou na Região Demarcada do Douro (RDD), com quase duas décadas”.
“No ano de 2000 houve autorização para 152.500 pipas de benefício, com preço ao Viticultor de 1.300 euros (260 contos) e a pipa de consumo a 700 euros (140 contos). Hoje há autorização para 102.000 pipas de benefício e sem valores por pipa próximos dos praticados.
Porém, desde o ano 2000 a população mundial aumentou cerca de 28 % (mais de 1.500.000 pessoas, potenciais consumidores) e desde 2001 a Região Vinhateira do Alto Douro classificada pela UNESCO – condições ótimas para o progresso, mas que não chegou a todos os setores na RDD. A título de exemplo, França nestas duas últimas décadas conseguiu duplicar o preço ao produtor”.
Para Feliciano Amaral, “urge alterar o atual estado da RDD, pelos Viticultores e pelo território”, assumindo que o principal objetivo da sua candidatura é “aumentar o rendimento dos viticultores”.
“É preciso que o preço pago pela uva aumente consideravelmente, sob pena dos Viticultores/Empresas que comercializam vinhos venham a ser considerados pelo Mercado “entidades sem Responsabilidade Social”, gerando “má publicidade” o que decerto prejudicaria as suas marcas e, indiretamente, a RDD. Exemplo disso, acontece quando quem compra uvas despende menos na sua aquisição a terceiros, do que no tratamento das uvas do próprio.
Esse aumento de preço pago pela uva fará valorizar os Stock e demonstrar junto do setor da grande distribuição que preços de 3.99 euros por uma garrafa de Vinho do Porto na prateleira de um supermercado não são admissíveis. Não é forma de tratar um dos maiores “Embaixadores” de Portugal no Mundo, sendo necessário estimular os portugueses e a diáspora portuguesa para o Vinho do Porto como a "Bebida de Portugal", para se enraizar o bom hábito do seu consumo, bem como os milhões de turistas que visitam Portugal (não só na RDD e na Foz do Douro), apostando no aumento de qualidade em algumas categorias (aproveitando já esta vindima) e na formação de como servir o néctar junto do canal HORECA - projeto a incrementar por todos os intervenientes no setor e não só a Casa do Douro”.
Na nota o candidato assume ainda que pretende que “todo o vinho da RDD” seja comercializado cumprindo os requisitos de “Desenvolvimento Sustentável” e de “Comércio Justo”, certificações que devem ser atribuídas “pelo IVDP ou Casa do Douro, sem custos”.
“Isto é, imputar de facto todos os custos associados desde a produção da uva até ao consumidor final – não podendo haver ninguém na cadeia de valor a não ser justamente remunerado pelo seu esforço, gerando um verdadeiro impacto social e económico na RDD.
Enquanto isso não acontece, recorda-se alguns Viticultores “maiores compradores de uvas”, que nos últimos meses defenderam publicamente (em entrevistas em diversos meios de comunicação social) que o importante era que o pequeno e médio Viticultor “não irá perder rendimento” no âmbito da atual Pandemia. O que se entende, porque se espera que honrem a palavra dada, que tendo havido corte no benefício estão dispostos no presente ano a pagar mais por pipa de benefício (considerando até os diversos apoios a receber do Estado) – se com 108.000 pipas de benefício em 2019 a 1.000 euros (em média), será necessárias 102.000 pipas de benefício a 1.059 euros (em média) para manter o rendimento. E a manutenção do preço do vinho de mesa face a 2019”.
Feliciano Amaral defende ainda que “antecipadamente a cada Vindima sejam estabelecidos / contratados os preços”. Para o candidato “é inadmissível num país dito de primeiro mundo, o Viticultor desconhecer a que preço vai vender as uvas. No futuro deve o “Comunicado de Vindima” impor datas para os contratos de aquisição de uvas”.
A Lista encabeçada por Feliciano Amaral, “surge depois de diversas reuniões com os demais candidatos ou com os seus representantes e não obtendo garantias que os seus projetos aumentariam os rendimentos dos Viticultores e, nalguns casos, não oferecerem garantias de uma gestão isenta e nem demonstrarem vontade de servir os Viticultores (antes se servirem ou servirem outros interesses), optou-se por uma candidatura independente”.