[caption id="attachment_3532" align="alignleft" width="300"] Feira Medieval levou 30 mil pessoas a Torre de Moncorvo/ Foto: Salomé Ferreira[/caption]
Torre de Moncorvo recebeu de 31 de março a 2 de abril mais uma edição da Feira Medieval. Dedicada ao tema “D. Dinis: Ferro e Ferrarias no Seu Tempo” o evento levou 30 mil visitantes à vila transmontana.
O concelho voltou a respirar a Época Medieval e vestiu-se a rigor para a realização de mais uma edição do evento que já se apresenta como uma das imagens de marca da autarquia.
Durante três dias Torre de Moncorvo viajou no tempo e regressou ao reinado de D. Dinis (1279-1325), figura central desta Feira Medieval. O monarca atribuiu a carta de foral a Torre de Moncorvo, mandando-lhe construir cerca, concedendo-lhe a carta de feira e outros privilégios, incentivando o povoamento e a exploração económica da região.
Torre de Moncorvo regressou assim às origens, realizando uma verdadeira viagem pela história do concelho. Nas ruas respirou-se o ambiente vivido no espaço rural do séc. XIII.
Dentro das portas da vila medieval os trovadores davam o ritmo à vida quotidiana em plena idade média. Os mendigos, as ciganas, os magos, bobos da corte, malabaristas e cuspidores de fogo animaram as ruas e transportaram os visitantes até à época medieval.
Desde a música, ao teatro, malabarismo, aves de rapina, artistas de fogo, recriação dos artesãos no trabalho e na vida de campo, vários foram os espetáculos que transformaram a vila de Torre de Moncorvo ao longo dos três dias da feira.
[caption id="attachment_3531" align="alignleft" width="300"] O habitual cortejo do Rei e da Corte levou milhares de pessoas às ruas de Torre de Moncorvo/ Foto: Salomé Ferreira[/caption]
O habitual cortejo do Rei e da Corte, os treinos de cavaleiros, a celebração de esponsais, o campo de treino de pequenos guerreiros, o pelourinho e as cantigas e trovas d´el Rei foram algumas das tradicionais recriações históricas que tiveram lugar no evento.
Com o tema “D. Dinis: Ferro e Ferrarias do Seu Tempo”, o negócio do ferro foi o destaque do certame. No largo das ferrarias podia ouvir-se o som das carroças a chiar com as cargas de minério e as bigornas a forjar o ferro.
Com movimentos coordenados, os artesãos trabalhavam o ferro em plena vila medieval, interpretando o ciclo deste metal. O calor do fogo utilizado para fundir o ferro aquecia a face dos visitantes que assistiam curiosamente às encenações.
Desde o transporte do minério, a britagem, a redução, fundição e o forjamento do mesmo, o ferro foi mais uma vez a “alma da terra”.
[caption id="attachment_3534" align="alignleft" width="300"] O Ferro foi mais uma vez a "alma da terra" / Foto: Salomé Ferreira[/caption]
Para além das recriações históricas várias foram as atividades realizadas na Feira em torno do ferro, nomeadamente os espetáculos “Pelo Ferro Vivo, pelo Ferro Morro” e “A Ferro e Fogo” e uma procissão com oferendas a Santa Bárbara, conhecida como a padroeira dos mineiros.
O tradicional mercado medieval também marcou presença nesta edição do certame com a participação de cerca de 70 expositores, entre mercadores, artesãos, místicos e tabernas.
Distinguindo-se das demais feiras “existentes no país devido à grande envolvência da população local”, esta edição contou com cerca de dois mil figurantes, 85 comerciantes aderentes, nove parceiros e 27 grupos participantes.
Nuno Gonçalves, presidente da autarquia, sublinha a importância do mercado espanhol para o certame, “esta feira é uma imagem de marca não só de Moncorvo mas também de toda a região. É essa imagem de marca que queremos alargar a toda a região transfronteiriça, não nos podemos esquecer que estamos numa região muito próxima do reino de Espanha onde este tipo de atividades é encarada de uma forma que há anos atrás não era”, afirmou o edil.
Nesse seguimento, a autarquia destaca a participação de cerca de 360 alunos no âmbito do programa “Conociéndonos”, que integrou várias escolas portuguesas mas também de Zamora e Salamanca.
Nuno Gonçalves: “A Feira Medieval cimentou a sua posição”
“A Feira Medieval de Torre de Moncorvo veio ao encontro das expectativas para as quais o Município e os parceiros têm vindo a trabalhar ao longo do ano”, afirmou Nuno Gonçalves, presidente da Câmara Municipal.
O presidente destaca o aumento do número de visitantes, “como em nenhum outro ano, estimando-se a passagem por Torre de Moncorvo de 30 mil visitantes”.
“A Feira Medieval de Torre de Moncorvo cimentou a sua posição, tornando-se num evento de referência a nível regional, nacional, e transfronteiriço, afirmando-se cada vez mais no panorama das feiras medievais que se realizam no país, não apenas pela recriação histórica mas pela vivência da história e promoção dos produtos endógenos, gastronómicos e culturais ímpares”, concluiu Nuno Gonçalves.