As Conferências FLiD, organizadas pelo Espaço Miguel Torga, fazem parte da programação anual do Festival Literário Douro, e a primeira sessão aconteceu este sábado, dia 14 de maio, com os convidados Sobrinho Simões e Júlio Machado Vaz, com casa cheia.
A conversa decorreu tendo por base o tema "A cultura não é um luxo, a cultura é uma necessidade" e contou com um público atento, que levantou várias questões e dúvidas, sendo solicitada a visão e o conhecimento dos palestrantes.
Durante esta sessão foi-se debatendo acerca de temas como, a literatura, a medicina, o culto religioso, a hereditariedade social, a cultura social e individual, a ciência, e outros.
Assim, Manuel Sobrinho Simões, declarou que a o Festival Literário Douro é um marco importante, uma vez que na sua visão a literatura tem um papel fundamental para a aprendizagem e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos, para além de afirmar ainda que esta é a base do bem-estar e da qualidade de vida.
“A literatura é vida. (...) Eu acho que aprendi mais com a literatura do que com a medicina, e sou médico. Temos é que ler. Acho que a cultura é muito mais importante do que a ciência, porque para mim está na base de tudo. A ciência no século XXI é cultura. (...) Falamos de uma cultura individual, a coisa que eu tenho mais medo é a incapacidade que nós estamos a ter de passar de uma cultura individual para uma cultura social. A cultura é indispensável para toda a gente, é o que nos mantém vivos, com bem-estar e com saúde. O que é muito importante para a sociedade, cada vez mais em vez de estarmos a apostar na qualidade de vida, estamos a esticar a vida e também isto dá uma mudança grande na cultura”, afirmou.
Também, Júlio Machado Vaz demonstrou estar de acordo com algumas afirmações supracitadas e na sua perspetiva explicou que não podemos evitar ser seres culturais, porque a esta é a uma das bases do nosso crescimento enquanto seres sociais e de desenvolvimento.
“A cultura implica crescimento. Ao tema “A cultura não é um luxo, é uma necessidade” aqui em debate, eu acrescentaria o termo inevitabilidade. Nós, seres humanos, não podemos evitar ser seres culturais. (...) Em termos gerais, a cultura é algo que nos leva na direção da transcendência. Para muitos autores, a cultura é do registo do ser e a civilização é do registo do ter e do fazer, ou seja, a cultura é algo que virá para o nosso desenvolvimento, disse.
A sessão contou com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, do Diretor do Espaço Miguel Torga, João Luís Sequeira e do Vice-Presidente, Martinho Gonçalves.