Educação Moimenta da Beira Sernancelhe

Ensino superior chega a Sernancelhe e Moimenta da Beira

Pela primeira vez os municípios de Sernancelhe e Moimenta da Beira têm, no seu território, ensino superior, um projeto possível através de uma parceria das autarquia com o Instituto Politécnico de Viseu (IPV), através da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego (ESTGL).

Para os autarcas este momento reveste-se de grande importância, não só pelo simbolismo em si mas por este poder ser também um fator de atração e fixação de pessoas nos seus concelhos, em especial mais jovens.

“Naturalmente tem um significado muito importante para todos nós. Trazer o ensino superior até uma pequena vila do interior de Portugal mostra um sinal de um grande reconhecimento pelo trabalho que tem sido desenvolvido, pela dinâmica e pela vitalidade que o concelho tem conseguido mostrar.

A visibilidade que a nossa escola profissional tem conseguido ao longo dos últimos anos tornando-se uma referência no ensino profissional, ajudou a que dessemos esta passo. É também uma demonstração que esta escola e este concelho têm as condições e a vitalidade para poder ajudar a continuar a alimentar o ensino superior, nomeadamente esta parceria com o IPV”, explica Carlos Silva, autarca de Sernancelhe.

A mesma visão é partilhada por Paulo Figueiredo, autarca moimentense, que destaca a oportunidade de enriquecimento pessoal que este protocolo pode trazer para os moimentenses e todos aqueles que escolherem ali estudar.

“A importância deste protocolo é elevada, extraordinária, desde logo não só para o município, como para os estudantes. Acima de tudo damos o nosso contributo para que as pessoas possam enriquecer o seu conhecimento, capacitando-as para o exercício de funções no mercado de trabalho. Esse é o grande objetivo. Dar o nosso contributo para o enriquecimento pessoal de cada um.

Por outro lado é para nós gratificante ter em Moimenta da Beira mais uma opção educativa, ainda que sendo profissional, é de ensino superior. É algo que nos deixa satisfeitos porque sabemos que as opções no ensino superior são escassas, mais ainda no interior do país. Este projeto deu-nos ainda a possibilidade de reabilitar um edifício histórico no nosso concelho. É um motivo de orgulho para nós”.

Para os autarcas, esta é também uma possibilidade de atrair e fixar pessoas no território, contrariando a tendência de perda de população que o interior vai registando nas últimas décadas.

“Todos os argumentos, ações e tudo o que se possa fazer para melhorar o estatuto do concelho de Sernancelhe é determinante para a sua afirmação e, por efeitos de arrasto, para a fixação de pessoas. Temos este foco, o nosso principal objetivo é continuar a criar as condições para que possamos continuar a ter gente.

Fazemos um exercício enorme na captação de empresas e na fixação das pessoas criando condições pra que cá fiquem, também através da requalificação de habitações e colocando-as à disposição a preços reduzidos.

Com a Estratégia Local de Habitação, temos avançado com projetos rápidos para garantir que casais jovens fiquem por cá e garantir que as pessoas que vêm trabalhar para as empresas que aqui se fixam, também fiquem por Sernancelhe. Um concelho vivo tem que ter gente, e este é o nosso principal objetivo neste momento”, afirma Carlos Silva.

“Todos nós sabemos que a gestão do território interior é, cada vez mais, extremamente difícil.

Quero crer que este primeiro passo que demos com os cursos que temos é isso mesmo, um primeiro passo, não queremos ficar por aqui, queremos mais cursos e mais alunos. É uma forma de contrariar a desertificação deste território.

Já temos alguns estudantes que são de fora de Moimenta mas queremos atrair mais e que estes se fixem cá. Estamos já a trabalhar numa residência de estudantes onde poderemos albergar estudantes de fora que venham para cá estudar, com custos reduzidos. É um edifício que estamos a reabilitar e que está muito bem localizado”, explica Paulo Figueiredo.

Miguel Mota, Diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego (ESTGL) explica que para o quadriénio 2019-2023 ficou estabelecido, no Plano Estratégico da ESTGL, “aproximação da Academia ao território e às suas populações, sendo a deslocalização das ofertas formativas, neste caso Sernancelhe e Moimenta da Beira, o primeiro passo para se alcançar esse objetivo. Acreditamos que, desta forma, a curto prazo poderemos ministrar cursos breves e outras formações que vão ao encontro das necessidades do território”.

O diretor revela ainda que “estão já a ser pensadas e preparadas” outras formações fora de Lamego, sendo a próxima “na área do Turismo”, em parceria com o município de S. Pedro do Sul.

Para Miguel Mota, o trabalho que vem sendo feito entre a Escola e as autarquias da região são mais um argumento que os territórios ganham no combate à desertificação e envelhecimento populacional.

“Todo o trabalho já realizado entre a ESTGL-IPV e os municípios de Moimenta da Beira e Sernancelhe já criaram dinâmicas que nos estão a permitir estabelecer parcerias com diversas empresas, que acredito sejam potenciadoras de estratégias para a fixação de pessoas no território”.

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