Editorial

Editorial - agosto 2022

Estimados Leitores,

Os incêndios florestais mais uma vez dizimam o nosso país. A estatística não mente e diz-nos que somos quase sempre o país europeu com maior área ardida quando se proporciona o número de hectares ardidos à área total do país. 2022 confirma esta situação, pois o balanço provisório dos incêndios na União Europeia indica que já arderam 662.776 hectares de florestas na União Europeia, um infeliz recorde pois o registo anual mais elevado era de 2017, quando 420.913 hectares arderam até 13 de agosto. Os registos relativos a Portugal indicam 75,277 hectares; sendo assim Portugal o 3º país com números absolutos mais elevados após a Espanha e a Roménia e o primeiro em termos relativos.

Após o catastrófico ano de 2017 esperava-se que tudo tivesse mudado e que o sistema de prevenção tivesse sido alargado, melhorado e, principalmente, financiado. Se conseguirmos evitar ignições e se conseguirmos evitar que as ignições passem a grandes incêndios vamos conseguir diminuir estes números. Mas isto implica um sistema de vigilância e de monitorização eficaz e baseado em múltiplas tecnologias e pessoas. E interesse, especialmente na época em que não há incêndios pois para prevenir é essencial planear e antecipar.

É verdade que as circunstâncias físicas são mais desafiantes. Este ano vivemos uma seca terrível que, aliada a ondas localizadas de calor, potencia o risco e o torna muito maior. Mas não é diminuindo os meios preventivos, o seu financiamento e procurando gerir apenas com a visão deturpada dos Euros gastos que vamos conseguir contrariar e lutar contra este flagelo. Porque é preciso mais guardas-florestais, é preciso tecnologia muito mais avançada de vigilância (satélites, drones, camaras de sensibilidade, etc), é preciso promover (e financiar) a capacidade de realizar intervenções mais rápidas e eficazes nos primeiros minutos e é preciso muita vontade política por parte de todos os que têm poderes de facto para intervir.

É verdade que muita coisa melhorou. Porque se compararmos 2017 com 2022 qualquer pessoa minimamente informada percebe que, em 2022, tem havido coordenação e gestão; o que de todo não existiu em 2017. E que se limparam centenas de milhares de ruas, caminhos e terrenos perto de casas. Mas muito há ainda para fazer especialmente na melhoria da comunicação e gestão do sistema e na prevenção. Mas para melhorar é preciso investir. Porque prevenir continua a ser o melhor remédio e, nessa parte, as melhorias ainda são escassas.

José Ângelo Pinto

Prof. Adjunto ESTG.IPP.PT

Grupo Vivacidade, Administrador

Últimas Notícias

III Encontro de Dança em Tarouca com centenas de bailarinos em palco

15/04/2025

Protestos, greves e sindicatos no Marcelismo são tema de exposição

15/04/2025

Feira do Folar e dos Produtos da Terra regressa a Carrazeda de Ansiães

15/04/2025

Lamego acolhe encontro nacional sobre direitos das crianças

15/04/2025

Biblioteca Municipal acolheu reunião mensal da RIBD

15/04/2025

Museu de Lamego apresenta Festival Japão. Torna-Viagem no âmbito da programação Osaka em Portugal 2025

14/04/2025

Conselho Municipal avalia condições de segurança em Lamego

8/04/2025

XV Mostra de Teatro percorre Douro entre abril e maio

8/04/2025