Domingos Nascimento

Douro Sul, em perda de identidade e utilidade?

Considero relevante voltar a falar do Douro Sul, este território com identidade assente em fatores históricos, geodemográficos, funcionais e políticos muito vincados, abordando temáticas que identifico como chave para mantermos o conceito Douro Sul, vivo e útil.

Para além da óbvia ligação política por força dos círculos eleitorais, hoje abordo outra razão prática que lhe deu coesão e o fazia mais robusto.

Há uns largos tempos, 10 municípios do lado sul do Douro organizaram-se em associação, mais recentemente transformada por força de Lei de 2003, em associação de municípios de fins específicos.

A Associação de Municípios do Vale do Douro Sul teve tempos áureos mas parece não ter atividade relevante há já algum tempo.

Com a criação da Comunidade Intermunicipal do Douro (Nuts 3), que juntou 19 municípios, as dinâmicas intermunicipais centraram-se nesta nova escala. O trabalho da CIM Douro tem sido muito positivo.

Todavia, há problemáticas que são tão específicas deste lado sul do Douro que deveriam ser olhadas e lideradas com outra atenção. Há interesses que não são tão bem defendidos e resolvidos na escala grande Douro. Há particularidades geográficas, demográficas, atividades económicas e sociais, a saúde, atividades culturais, organização de serviços, que exigem um olhar mais específico.

Também o facto de Resende e Cinfães não pertencerem à CIM Douro nos deveria fazer agir, mantendo a ligação histórica a estes dois municípios.

Mais Douro Sul não implicará menos Douro.

Como sempre defendi, o Grande Douro é composto por três irmãos com personalidades diferentes, o Douro Norte, o Douro Sul e o Douro Superior. E as suas diferenciações dão mais força e capacidade na resolução de problemas.

Mas, as identidades supramunicipais de maior proximidade, devem ser preservadas e valorizadas. Só assim conseguiremos ser mais eficazes na construção do futuro coletivo.

Para cada um dos municípios deste lado do rio, e das dinâmicas das suas comunidades locais, o Douro Sul é a escala mínima de sobrevivência. Fará sentido fazer-se esforço para mantermos vivas as organizações já construídas e abri-las a novas finalidades?

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