No dia 3 de março celebra-se o Dia Mundial da Vida Selvagem. Desde a sua proclamação pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2013 que é considerado simbolicamente o dia mais importante para a vida selvagem, cumprindo o propósito de chamar a atenção para os espécimes de animais e plantas selvagens do mundo.
Em 2022 o tema é “Recuperar espécies-chave para restaurar os ecossistemas”. O principal objetivo visa alertar para o estado de conservação de algumas das espécies da fauna e flora selvagens ameaçadas de extinção, bem como discutir e definir estratégias de conservação.
A destruição de habitats, o desequilíbrio de ecossistemas e a redução do número de espécies selvagens e das suas populações, põe em causa a vida no planeta, incluindo a do ser humano. A escassez de recursos naturais é uma realidade, e o seu fim tem já um forte impacto na subsistência de muitas pessoas e sobrevivência de outros seres vivos.
O ‘selvagem’ não é algo distante, exótico e que só existe do outro lado do mundo. É parte do equilíbrio no qual nós nos inserimos. É fundamental que se perceba que esta temática nos afeta a todos, a nível global, e não é uma obrigação do outro, do setor público, de entidades privadas ou ONGs. É de todos, e é urgente discutir medidas de ação, para prevenir males maiores.
Na nossa opinião, as ações a serem tomadas em prol da conservação da vida selvagem devem sempre ser integradas e estruturadas de forma holística. Para serem viáveis, há que respeitar o trígono da sustentabilidade: neste caso, o foco será a vertente ambiental, mas devem ser sempre enquadradas num outro conjunto de medidas, visando essas as vertentes social e económica. É essencial a adoção de novas medidas de gestão da utilização de recursos, um modo de vida mais sustentável e projetos de apoio e conservação de espécies já criticamente em perigo. Ainda é possível reverter o rumo das coisas, mas a mudança tem que ser rápida e drástica.
Ao longo dos anos temos vindo a apostar em ações de educação e sensibilização ambiental para todas as faixas etárias, pois acreditamos que para proteger é preciso conhecer a fauna que nos rodeia. Enquanto centro de recuperação de fauna selvagem, é com enorme satisfação que notamos um aumento da consciencialização ambiental por parte das pessoas que nos procuram. Comprometemo-nos a seguir em frente e continuar a dar o nosso contributo em ações in loco para preservação das espécies e meio ambiente, indo muito mais além da recuperação dos animais feridos que dão entrada no CRAS-HVUTAD.
Para comemorar o Dia Mundial da Vida Selvagem deste ano, no próximo sábado, dia 5 de março, marcaremos a nossa presença no Parque Natural do Alvão numa atividade de reflorestação (Criar Raízes) organizada pela FNA em parceria com o ICNF. Num ato simbólico, procederemos à devolução à Natureza de uma ave de rapina selvagem, grupo que tanto tem sofrido com a desfragmentação de florestas e perda de habitat.