O Dia Nacional da Sustentabilidade pretende divulgar e promover o conhecimento para a mudança consciente de comportamentos com potencial transformador para um futuro mais sustentável e essa data coincide com adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em 2015.
Os desafios e a importância do desenvolvimento sustentável são irrefutáveis a nível mundial, exigindo uma nova forma de crescimento económico que permita “satisfazer as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras, garantindo o equilíbrio entre o crescimento económico, a conservação do ambiente e o bem-estar social” (“Our Common Future” - Relatório Brundtland, 1987).
A sustentabilidade é um desígnio global, mas exige, sobretudo, uma ação regional e a investigação realizada pelo CITAB tem tido um papel importante nas suas várias vertentes, para contribuir para o avanço da ciência, tecnologia e aumento das competências dos diferentes intervenientes para que as metas de sustentabilidade ambientais e agro-alimentares sejam alcançadas.
O CITAB tem-se focado muito na resolução das questões sociais e ambientais, inerentes às práticas do sector privado, ligado às produções agrícola e florestal de forma efetiva em várias zonas de Portugal. A investigação do CITAB tem contribuído para a conservação da água e biodiversidade dos ecossistemas terrestres e aquáticos, melhoria da saúde e gestão do solo e dos recursos genéticos, a preservação da biodiversidade e gestão da paisagem em prol de uma produção agrícola mais sustentável, a proteção das culturas, valorização de bioprodutos e coprodutos, economia circular e ciência e inovação alimentar.
O nosso grupo tem estudado os efeitos da poluição causada por fármacos, substâncias psicoativas e drogas ilícitas, provocando efeitos múltiplos nos ecossistemas aquáticos e terrestres, com impacto na biodiversidade, nas cadeias alimentares e na saúde humana. Pretendemos perceber melhor os efeitos dos tóxicos em laboratório, usando o peixe-zebra (Danio rerio) e a dafnia (Daphnia magna). Adicionalmente, podem ser realizados estudos no campo, para perceber melhor os impactos da poluição na ictiofauna fluvial, usando biomarcadores bioquímicos, histológicos e genéticos para melhor entender o impacto real da poluição, causada por contaminantes emergentes, como microplásticos.
Por outro lado, temos trabalhado com a Eisenia fetida, a minhoca-vermelha, como modelo para estudar o efeito e bioacumulação de tóxicos que afetam os solos agrícolas.
É importante estudar e perceber estes efeitos para poder tomar medidas adequadas de mitigação dos riscos ambientais com a conservação ou alcance do “bom estado ecológico” dos recursos hídricos, tal como definido pela Diretiva Quadro da Água, bem como água potável mais segura. Temos ainda de considerar os possíveis impactos da contaminação ambiental nas cadeias alimentares e na saúde pública considerando o conceito de “uma só saúde”, o qual lembra e reforça a interligação entre o homem, os ecossistemas e o mundo vivo (microrganismo, flora e fauna).