Comboio Presidencial: Tradição e modernidade numa viagem pelos sabores e paisagens do Douro

A partida é feita da mítica estação ferroviária de São Bento na cidade do Porto e logo à entrada somos brindados com um LBV de 2017 da Quinta Vale D. Maria, na carruagem bar recuperada de forma exemplar, acompanhados por um saxofonista que vai completando o cenário.

Antes do comboio arrancar somos convidados a conhecer a carruagem onde somos instalados, uma estadia breve já que aos primeiros metros de viagem o Chefe Chakall começa a servir os primeiros pratos.

A abrir o menu uma seleção de pães da pastelaria Dibia em Vila Real, acompanhados de manteiga queimada e azeitonas do Douro temperadas.

O primeiro prato quente é uma entrada, pataniscas de bacalhau, servidas pela Tasca do Matias, o restaurante regional convidado pare esta viagem.

A viagem prossegue em direção ao coração do Douro enquanto o menu vai sendo servido: Sopa de Castanhas e pato confitado, broa da Dibia com alheira, bacalhau a baixa temperatura com musse de grão-de-bico e grelos salteados, milhos no pote, mini cheesecake de queijo com marmelada de vinho do Porto e bolo de chocolate com coulis de morangos. Tudo corretamente harmonizado com vinhos da Quinta Vale D. Maria.

Com a primeira parte do menu servida, o comboio está já a chegar à Quinta de Vargellas já em pleno Douro Superior onde somos recebidos por Filipe Carvalho que presenteia os passageiros com uma lata refrescante de Porto Tónico.

Retemperadas as forças é hora de caminhar entre vinhedos em direção à adega e armazém da quinta onde nos são explicadas as especificidades da região e da produção de vinhos no Douro.

Durante a visita é possível assistir à abertura de uma garrafa de Vinho do Porto com ferro quente, e saborear alguns dos melhores néctares da marca.

Terminada a visita e testadas as papilas gustativas é hora de regressar ao comboio que nos levará de regresso à cidade do Porto.

Como esta é também uma viagem pelos sabores da região, a mesa nunca está vazia e somos presenteados com uma degustação de mini sandes em brioche, queijos e enchidos tradicionais, folar transmontano, Covilhetes de Vila Real, um bolo de peras e amêndoas, Pito de Santa Luzia e a Gancha de São Brás.

À chegada à cidade invicta e momentos antes de terminar esta viagem somos ainda maravilhados com uma reinterpretação da tradicional francesinha, acompanhada pelo refrescante Taylor Port Tonic.

“Este comboio foi restaurado pela CP, estava muito degradado e havia mesmo quem dissesse que não seria possível. É uma peça de museu e durante grande parte do ano está em exposição no Museu Nacional Ferroviário, havendo uma parceria para que ele possa circular”, explica-nos Pedro Miguel Moreira, Presidente da CP que também segue viagem.

Natural de Mesão Frio o Presidente da CP tem neste projeto um orgulho especial, a ligação à região, às paisagens e à linha de caminho de ferro são evidentes no brilho do seu olhar enquanto conversamos.

“Tenho uma ligação emocional com esta linha e acho que esta é das mais belas paisagens do mundo, por isso para mim é uma satisfação maior ver este projeto em andamento.

Numa experiência tão curta como esta que dura apenas um dia, penso que seja uma boa amostra daquilo que melhor se faz na região, dos vinhos à gastronomia, passando pelo azeite e outros produtos típicos”.

Peça fundamental deste projeto é o Chefe Chakall que através da sua cozinha, dos produtos utilizados e dos chefes que convida para se juntarem a ele a cada viagem, dá a conhecer aos passageiros a gastronomia duriense.

“Gosto de todo o país, mas o Douro tem algo de particular, o rio, as vinhas e a forma como somos recebidos tornam esta região especial.

O desafio foi mostrar a região através da gastronomia e é isso que fazemos aqui trazendo os produtos mais tradicionais da região e chefes menos conhecidos que em cada viagem se juntam a nós para mostrar os seus pratos.

O que também tentamos transmitir neste comboio é o ambiente familiar que se vive em cada casa que visitamos na região”.