Este chavão da coesão territorial serve para, quase, tudo. Até para umas quantas coisas óbvias dada a sua necessidade em todos os lugares. Estradas, pontes, apoio ao investimento público e privado. Pois, todos somos Portugal!
Só se fará caminho de coesão quando os territórios estiverem equitativamente valorizados. Isto é, o “valor” apurado de um lugar não poderá ser em função do número de habitantes ou do PIB (que não tem em conta os fatores ambiental e de felicidade humana). Neste século XXI é o seu peso líquido para a sustentabilidade, em sentido mais lato, que importa ter em conta.
Os territórios menos povoados têm uma importância relevantíssima para a sustentabilidade ambiental, social e económica. E as contas no balanço da sustentabilidade estão, há muitas décadas, mal feitas.
Assim sendo, queremos que paguem o que nos devem!
E, isto, não invalida as justas ambições de se abrirem, cada vez mais, os horizontes de uma nova viabilidade, quebrando o ciclo vicioso da indigência territorial, e, por consequência, das iniquidades de cidadania.
Mas, num país democrático, é ridículo falarmos em coesão territorial sem equacionarmos a (coesão) representatividade política. Não é aceitável que quase 2/3 do território tenha na Assembleia da República cerca de 30 deputados em 230.
Tenhamos novas atitudes olhando para a coesão territorial como uma ambição realmente objetiva e séria. Apurando as contas de todas as dimensões da vida em sociedade. Particularmente, a felicidade humana, a ambiental, a económica e, obrigatoriamente, a dimensão política!
Se fizermos as contas bem feitas, a dívida para com os territórios do “interior” é imensa!