Intitulada “Compre porque É Nosso”, é a mais recente campanha do município de Tabuaço para promover a revitalização da economia local no período pós-Covid.

“Todos os anos, na altura do Natal, temos feito uma campanha a apelar à população para que faça as suas compras no comércio local, aproveitando aquilo que é a lógica mais consumista dessa época.
Nesta fase, depois de o nosso tecido empresarial e o nosso comércio local terem estado praticamente parados, e alguns mesmo fechados, entendemos que esta poderia ser a forma mais direta de os apoiarmos economicamente.
Com isto a nossa ideia é, em primeiro lugar permitir que a retoma económica do nosso tecido empresarial seja mais fácil, depois criar uma cultura maior na aquisição de produtos dentro do nosso próprio concelho que foi crescendo com o facto de haver uma limitação ás deslocações durante o tempo da pandemia, e ainda ajudar algumas famílias que tenham sofrido mais com esta situação permitindo-lhes ter um apoio dentro daquilo que são as suas dificuldades”, afirma, ao VivaDouro, o autarca Carlos Carvalho.
Segundo o autarca, a medida que pretende ajudar empresários e famílias, terá a duração de três meses, período semelhante ao que durou o período de confinamento durante a pandemia, sendo os vales descontados até ao valor de 1000€, por agregado familiar. Carlos Carvalho espera ainda que, com a chegada dos emigrantes no verão esta medida venha a ter uma procura crescente.
“Aquilo que fazemos no Natal é o sorteio de vales de compras, desta vez, até numa perspetiva de ser mais equitativo, porque para além daquilo que é o apelo a que as pessoas comprem na nossa terra e os nossos produtos, também entendemos que houve famílias a perder rendimentos nesta fase da Covid-19, decidimos dar vales de compras no valor de 5% do total gasto em compras dentro do concelho, que serão usados novamente em compras no nosso comércio local. Criamos isto numa lógica de escalões de 50€ (até 50€ damos 5%, até 100€ outra percentagem, até um limite máximo de 1000€ por agregado familiar).
A nossa perspetiva é fazer esta campanha até ao final de setembro numa lógica mensal, até para que as pessoas tenham uma noção prática de como isto irá funcionar, se só fossem descontados os vales no final de três meses seria mais difícil que as pessoas e o comércio percebessem o seu impacto.
Durante o mês de junho as pessoas farão as suas compras, na primeira quinzena de julho deslocam-se à câmara municipal com os talões das suas compras que trocam pelos vales que podem depois ser descontados nas compras seguintes num período de três meses, consecutivamente as empresas trazem os vales até à câmara para que lhes seja então pago o valor correspondente.
Esperamos também que, com a chegada do verão e dos nossos emigrantes esta medida tenha um crescimento de procura”.
Carlos Carvalho afirma ainda que esta é uma medida que se junta a outras já criadas tanto pelo Governo como pela CIM Douro, ajudando a minimizar o efeitos da pandemia no tecido empresarial local.
“Há diversas medidas que foram lançadas pela CIM e mesmo pelo Governo no apoio às famílias e empresas, contudo nós pensamos que aqui, no nosso município, podíamos ir um pouco mais longe e esta medida vai ao encontro dessa ideia, é um apoio praticamente imediato e que as pessoas irão realmente sentir.
Esta é uma forma que temos de tentar minimizar o número de empresas que possam vir a fechar porque algumas já antes do Covid, e tendo em conta a nossa realidade, enfrentavam algumas dificuldades.
Neste período tão difícil devemos estar ao lado das nossas famílias e das nossas empresas e é isso que tentamos demonstrar com esta medida”.
Ana Maria Ferraz – A Gracinha

As pessoas ainda têm muito medo. Estivemos fechados durante um mês e meio e muita gente também esteve em casa, por isso também não ganharam dinheiro e como este não é um bem essencial não é a primeira preocupação das pessoas.
Esta medida da autarquia é fundamental e nota-se já que as pessoas estão a aderir mas nesta fase inicial ainda temos que ser nós a lembrar-lhes de guardarem os talões para depois trocarem pelos vales de desconto.
No nosso espaço garantimos toda a segurança, desde logo porque ninguém entra sem máscara e na entrada temos gel desinfetante disponível para os nossos clientes. O provador é higienizado cada vez que é utilizado e a roupa que é experimentada fica num espaço reservado durante 24 horas.
Esta loja já existe há 27 anos, portanto as pessoas daqui também já nos conhecem bem e confiam em nós, tal como nós confiamos nelas, somos praticamente como uma família.
Inicialmente pensei que fosse pior mas as pessoas começam a vir. Obviamente que a não realização de casamentos e batizados, por exemplo, nos afeta bastante porque a roupa que vendemos para esse tipo de situações gera mais dinheiro do que a roupa casual que vendemos para o dia a dia.
Elza Costa – A Tulipa | Cepa Doce

Isto não é fácil para ninguém. Já sabíamos que ia ter que ser um dia de cada vez como estamos a fazer e nota-se que de dia para dia vai evoluindo um bocadinho mas aqui em Tabuaço notamos que as pessoas têm ainda um pouco de receio.
Nós servimos muito para fora, o serviço de take-away, as pessoas optam por vir buscar para levar para casa, já era um serviço que tínhamos mas que as pessoas usavam pouco, normalmente faziam a refeição no nosso espaço, agora essa situação inverteu-se.
As pessoas ainda têm algum receio até porque recentemente foi reportado mais um caso no nosso concelho e como é um meio muito pequeno as pessoas acabam por se cruzar na rua mas acredito que de dia para dia as coisas vão melhorar.
Esta iniciativa da autarquia é boa, é muito semelhante a uma que costuma acontecer por altura do Natal. Por pouco que seja é sempre bom, tanto para o cliente como para nós.
Carla Araújo – Ótica Santos

Nós só estivemos fechados nas duas últimas semanas de março.
O mês de abril foi mau também porque as pessoas não saiam de casa mas o mês de maio já correu muito bem, melhor até do que esperava e o mês de junho também está a correr bem. As pessoas começam a voltar ao normal.
Nota-se ainda algum receio nas pessoas, mais numas do que noutras como é óbvio mas ainda se nota, o que também poderá estar relacionado com o facto de termos uma população mais idosa que também é de maior risco como sabemos. O aparecimento deste último caso reportado também aumentou um pouco o receio mas como se sabe que a pessoa em questão está em isolamento não causa tanta preocupação.
As pessoas ficaram muito satisfeitas com esta iniciativa da autarquia e tudo o que venha nesta altura é uma ajuda importante, é uma iniciativa muito boa. No caso do comércio local faz muita diferença.