O presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio afirmou, ao VivaDouro, estar "preocupado" e "triste" por a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-n), estar a criar "problemas" à construção dum hotel junto ao rio Douro aprovado há dez anos.
"Na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) vê-se uma clara falta de vontade em andar com este projeto para a frente. Isto é que me deixa triste. Os mesmos que há dez anos aprovaram o plano pormenor agora estão a criar problemas à execução desse projeto. Isto não pode ser", declarou o presidente da Câmara de Mesão Frio, Alberto Pereira, ao nosso jornal, reagindo com preocupação ao chumbo a um estudo de impacto ambiental (EIA) a um projeto declarado de Interesse Nacional (PIN) no Governo de José Sócrates (PS).
Segundo uma notícia avançada pelo Jornal Público, intitulada "CCDRN trava hotel de 30 milhões no leito de cheia do rio Douro", pode ler-se que aquela entidade "chumbou o EIA de construção de um hotel com 180 quartos propostos por uma sociedade do empresário Mário Ferreira para a margem direita do rio Douro, no concelho de Mesão frio".
O autarca considera o empreendimento turístico "como âncora" para o concelho duriense" e afirma que o projeto deveria "ser aprovado", e apenas "condicionado à apresentação dos documentos em falta". "A minha reação é muito negativa e de grande preocupação. Na comissão de análise houve um empate técnico. É sinal de que as coisas não são tão lineares como parecem", acrescentou.
"Parece que estamos aqui a aprovar uma coisa que nunca foi falada. A Câmara tem um plano de pormenor aprovado para ali há dez anos com parecer positivo das mesmas entidades que agora colocam dúvidas, como a CCDRN, Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR), a Infraestruturas de Portugal (IP) ou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Segundo o autarca, o projeto "há muito aguardado" vai criar cerca de 200 postos de trabalho, o que, "num concelho com 4 mil habitantes é muito importante para dinamizar a economia local".
O VivaDouro tentou ainda entrar em contacto com o promotor do projeto, Mário ferreira sem no entanto ter recebido qualquer resposta até ao fecho desta edição.