[caption id="attachment_3033" align="alignleft" width="300"]Albino Bento, Presidente da Direção do CNCFS / Foto: Direitos Reservados Albino Bento, Presidente da Direção do CNCFS / Foto: Direitos Reservados[/caption] O Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS) situa-se no Brigantia EcoPark, em Bragança, e tem por objeto promover o desenvolvimento do setor dos frutos secos em Portugal, pela via do reforço da investigação, da promoção da inovação e da transferência e divulgação do conhecimento. O VivaDouro esteve à conversa com Albino Bento, presidente da direção da Associação. Leia a entrevista e fique a saber mais acerca da fileira dos frutos secos. Considera que a fileira dos frutos secos tem potencial a nível nacional? Tem um grande potencial. Desde logo porque temos condições climáticas ideais em grande parte do território. Além disso, temos zonas com existência de água para rega que nos permitem aumentar a produção. Por outro lado, somos deficitários no que toca aos frutos secos, o que quer dizer que o consumo de frutos secos está a crescer bastante. Há mercado interno para os frutos secos crescerem significativamente e é isso que está a acontecer em todo o território. O que faz falta para dinamizar ainda mais a fileira? O que faz falta em diversas zonas do país é a inexistência de água para poder regar uma parte importante das culturas. Nomeadamente em zonas mais quentes. Nessas zonas era importante rentabilizar o potencial de rega. Nas fileiras da avelã e da noz também faltam organizações de produtores reconhecidas. Nesse capítulo, o que pode fazer o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos para resolver essas falhas? O Centro já está a contribuir para esse dinamismo ao criar uma rede que agrega mais de 40 associados ligados à produção. Esse trabalho está a ser feito com vários associados que têm vários projetos submetidos. São projetos que envolvem as empresas e os produtores e que criam esse dinamismo pretendido. Desta forma, procuramos dinamizar alguns setores e criar associações mais fortes em certas fileiras. O Centro está neste momento focado no projeto “Portugal Nuts”. Em que consiste esse projeto? É um projeto com várias ações previstas. Procura contribuir para um conhecimento mais aprofundado das várias fileiras. A esse nível estão a ser produzidos 18 estudos. Para cada uma das fileiras (castanha, amêndoa, noz, avelã, alfarroba...). São estudos que serão desenvolvidos até ao final do 1.º trimestre do próximo ano. O projeto também prevê a internacionalização das nossas empresas e dos frutos secos. [caption id="attachment_3034" align="alignleft" width="300"]Stand de divulgação do CNCFS / Foto: Direitos Reservados Stand de divulgação do CNCFS / Foto: Direitos Reservados[/caption] Que outros projetos têm em curso neste momento? Estamos também a tentar, em cooperação com os Municípios, dar a conhecer o Centro. Queremos dizer às Câmaras Municipais que podem remeter potenciais investidores para o nosso Centro, porque nós podemos ajudá-los a criar projetos e a desenvolver este setor. Temos também em vigor o concurso do melhor projeto de frutos secos do Norte de Portugal. O concurso foi lançado há cerca de um mês e o prazo de apresentação de candidaturas está prestes a terminar no final deste mês. Há um prémio monetário para o vencedor. Referiu sempre a importância dos seus associados. Atualmente, o Centro tem cerca de 40 associados. Quais são as maiores preocupações dos associados do Centro? É uma questão que deve ser dirigida aos nossos associados [risos]. O Centro é relativamente recente. Andamos cerca de um ano a trabalhar com uma Comissão Instaladora que implementou os estatutos do Centro. Esta é a primeira direção do Centro, que tomou posse há cerca de um ano, e tem desenvolvido um trabalho estreito com os nossos associados. Temos estado presentes em muitas feiras e procuramos transferir o nosso conhecimento para os produtores. Essa tem sido a nossa missão e julgo que os associados estão contentes com o trabalho desenvolvido. As presenças nas feiras internacionais são benéficas e necessárias ao setor? Penso que sim. Este setor precisa de afirmar-se e de dar-se a conhecer. Não sei se o retorno tem sido o esperado, pelo menos no que toca ao número de associados. Contudo, tem sido interessante participar nessas feiras, porque pedem-nos contactos das empresas que estão associadas a nós. Temos promovido esses contactos. Ainda não tem existido um crescimento no número de associados conforme desejávamos. Quais são os eventos que se seguem? Estamos a programar a participação em duas feiras internacionais - uma em Londres e outra em Berlim – onde os nossos associados – empresas e cooperativas, sobretudo – irão estar presentes com o Centro para divulgar os frutos secos portugueses. Faz um balanço positivo dos meses de trabalho desta direção? O balanço é muito positivo. Brevemente vamos ter uma Assembleia-Geral para apresentarmos o nosso relatório de contas e plano de atividades para 2017. Acreditamos que será um relatório interessante, apesar de só termos entrado em velocidade cruzeiro desde maio, com a aprovação do projeto “Portugal Nuts”. Relembro que as quotas dos nossos associados são relativamente baixas.   O que espera para 2017? Temos um trabalho árduo pela frente. Queremos levar a cabo o projeto “Portugal Nuts”, que é muito exigente e propõe um conjunto de ações muito diversas. O projeto tem um prazo de execução de ano e meio, por isso vai ser necessário para cumprir o plano de atividades proposto. Esse será o foco principal para 2017. Também esperamos que o Centro se possa candidatar a novos programas e projetos. Além disso, queremos chegar aos 60 associados no próximo ano.

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