De chuva, literalmente, mas também de soluções estruturais, preferencialmente, de âmbito supramunicipal.
Estamos em seca meteorológica que nos desassossega e fragiliza. Há atividades económicas em risco. Há populações a ficarem sem abastecimento regular de água. Não lhes faltará totalmente, com grande esforço dos municípios, que não deixarão que tal aconteça.
A falta de chuva impediu a acumulação da quantidade mínima necessária nas albufeiras e nos aquíferos. Não percebo quase nada de ciência da água. Procuro estar atento ao seu valor económico, já que o intrínseco é cada vez mais um valor maior.
Bem sabemos que, invariavelmente, nos fixamos no ciclo urbano da água e menos na gestão para utilização em geral.
Sem desvalorização de algumas boas iniciativas mais estruturantes já concretizadas, no grande Douro precisamos olhar o futuro com determinação quanto à necessidade de rega de culturas com grande peso económico, social e cultural, como por exemplo a maçã. A vinha, por este andar, já precisa em alguns lugares, mas de forma geral, vai precisar também muito de água para sobreviver.
No grande Douro existem bons investimentos para o abastecimento doméstico, outros são, principalmente, de retenção de água com objetivo de produção de energia elétrica.
Mas a nossa energia coletiva e modo de vida também assentam em culturas agronómicas que serão inviáveis sem água.
Acredito que, no âmbito dos instrumentos estratégicos da água, consigamos marcar posição que permita investimentos futuros que salvaguardem o nosso principal modo de vida, a agricultura. Agricultura que nos dá o cenário que é a principal atração turística.
A chuva de esperança será objetivamente a que cair do céu. Para essa, nada podemos fazer.
É esperar. E reter dela o máximo que pudermos.
A outra chuva, a metafórica, reside, no nosso olhar estratégico nas decisões na região, e na força que tenhamos para influenciar decisões de outras instâncias e que devam contemplar este território.