Há uma energia boa a mexer com a cidadania. Vozes jovens que nos alertam para a emergência climática. Podemos não concordar com o modelo de reivindicação. Podemos não nos identificar com a forma de protesto. Mas que a razão é séria, isso é!
Meter a cabeça na areia, deixar passar o tempo, fazer de conta, ou reservar esse assunto para as grandes instâncias, é passar ao lado deste momento crítico da humanidade.
Também nós, no Douro, no Grande Douro, temos uma emergência social à espera que saiamos do estado catatónico em que vivemos. Ora estamos muito preocupados, e aparentemente cheios de energia, para fazer algumas coisa. Ora já nem nos lembramos, ou vamos adiando, fazendo de conta que o problema não existe.
Há tantas pessoas idosas sozinhas ou isoladas. Os últimos Censos Seniores realizados pela GNR identificam muitos milhares na nossa região.
Será que precisamos seguir este exemplo dos jovens que protestam pelo clima, para que se encontrem soluções de apoio às pessoas em desamparo nas aldeias do interior de Portugal?
Tanto nas questões do clima como nas da sustentabilidade das nossas terras, deve ser a preocupação pela dignidade das pessoas a motivação que nos ajude a agarrar com força estas bandeiras de humanização.
A dignidade das pessoas em todas as políticas, em todas as ações, em todas as decisões.
Só se promove desenvolvimento quando as pessoas, todas as pessoas, estão no centro de todas as preocupações.
No contexto de um processo agudo de desertificação, numa realidade de desamparo, é preciso promover mudança e caminharmos em novas soluções de amparo humano.
No Grande Douro, inovemos pelas pessoas!