Moimenta da Beira Política Sociedade

10 milhões de euros em obras para melhorar qualidade de vida dos moimentenses

Poucas semanas após concluir dois anos à frente da autarquia moimentense, o executivo liderado por Paulo Figueiredo faz um balanço positivo do trabalho que tem sido desenvolvido e que vai ficando visível com a conclusão de diversas obras de relevo, quer na vila quer nas freguesias do concelho.

No total a autarquia investiu já cerca de 10 milhões de euros em obras de variadas dimensões mas com forte impacto na vida diária do concelho.

Construído há mais de três décadas, o antigo Centro de Camionagem de Moimenta da Beira apresentava-se já desadequado às necessidades, chegando mesmo “a estar em causa a segurança do edifício e das pessoas que o frequentavam”, assume o autarca.

Diariamente o Centro de Mobilidade é frequentado por centenas de pessoas, “com um maior fluxo nos dias de feira e às sextas e domingos com os movimentos dos estudantes”, explica o autarca que refere ainda a passagem pelo local do circuito regional da Transdev e do “Beirinhas”, “o nosso sistema interurbano”.

Com um investimento pouco superior a 600 mil euros, comparticipado por fundos europeus em cerca de 80%, o novo espaço está completamente renovado no interior e exterior contemplando agora uma decoração que remete para a génese do concelho.

“Fazemos alusão ao que nos caracteriza com um refrescamento da imagem do espaço com a referência a todas as localidades do nosso concelho bem como alguns aspetos da nossa realidade como os vinhos, a maçã, a serra ou Aquilino Ribeiro”.

Uma ligação rodoviária a ligar o centro da vila ao Centro de Mobilidade, que alberga ainda as sedes da Associação de Fruticultores do Távora e da Confraria da Maçã, foi também comtemplada no projeto “facilitando assim o fluxo de pessoas e automóveis”.

Criado de raiz, o novo Parque urbano localiza-se no espaço habitualmente usado para a feira quinzenal, “que continuará no mesmo sítio, mas com condições dignas”, explica Paulo Figueiredo.

Totalizando um investimento superior a 1,8 milhões de euros, esta obra é comparticipada em cerca de 85% por fundos comunitários, contudo lamenta o autarca “esse financiamento é dado tendo em conta o valor base do projeto, só que tem havido revisões dos preços por causa da inflação e estamos a tentar ter algum apoio que ajude a colmatar esse incremento dos custos, mas não é fácil”.

O objetivo do espaço é que seja polivalente, “polivalência essa que permitirá fazer diversas atividades desportivas, culturais e outras, tornando-se assim num espaço agradável para a população usufruir”, havendo mesmo um mini anfiteatro, pensado para receber algumas atividades.

Para completar o projeto a autarquia adquiriu ainda um terreno anexo, “que representa cerca de 15 a 20% dos 25 mil metros da área que o parque agora ocupa”, passando assim a existir um espaço para a instalação de um parque de caravanismo.

“Não tínhamos nada deste género na vila e cada vez há mais turistas a viajar em autocaravanas por isso achamos que terá bastante procura”.

A viagem entre o novo Parque Urbano e o histórico Externato Infante Dom Henrique não é  longa, ao contrário da história do edifício que ostenta uns arcos em betão, inspirados na arquitetura do Palácio do Planalto, no Brasil, cuja construção foi devidamente autorizada pelo arquiteto Óscar Niemeyer, numa carta ainda exposta no espaço.

Em 1962 Salazar, afirmando que esta era uma obra demasiado vanguardista, mandou destruir os arcos levando à revolta de alunos, docentes e população que se uniram para evitar a obra. Naquela que ficou conhecida como Revolta dos Arcos, a população moimentense levou a melhor frente ao ditador e ainda hoje os arcos marcam a arquitetura do edifício.

Mantido em bom estado ao longo das décadas, o edifício foi alvo de algumas obras de melhoramento, um investimento de quase 200 mil euros, necessárias para albergar diversas valências no mesmo espaço.

“Este edifício teve por génese a educação. Ao longo dos anos foi palco de vários níveis de educação, deixou de o ser entretanto e agora volta a receber a vertente de ensino”, explica o vereador Hugo Bondoso aludindo ao estabelecimento neste espaço do polo da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego com dois cursos CTEsP (Assessoria e Comunicação Organizacional e Informática Industrial), num total de 45 alunos.

A Universidade sénior, o prolongamento escolar para as crianças, a Academia de Música, o Gabinete de Apoio ao Emigrante, o CLAIM (Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes), e uma Associação de Apoio à 3ª Idade, funcionam também no mesmo edifício.

O vereador com o pelouro da edução lembra ainda que esta obra ficará completa com a reconversão de um edifício no centro da vila que irá albergar a residência de estudantes, uma obra que arrancará em breve.

Não é só na vila sede de concelho que o executivo tem obra feita para mostrar. Na freguesia de Leomil, o aumento do número de alunos na escola básica levou à criação de uma nova sala, num espaço que antes era usado como cantina.

“Houve um incremento de alunos nesta escola que nos obrigou a transformar a antiga cantina numa sala de aula para o segundo ano com a renovação do telhado e chão, entre outras intervenções, e a colocação de uma tecnologia nova que é um ecrã digital, o primeiro do nosso agrupamento”, explica o vereador Hugo Bondoso.

Nos três edifícios que fazem parte da escola estão dois graus de ensino, pré-escolar e ensino básico.

É também em Leomil que termina uma outra obra que o atual executivo herdou, uma ciclovia com quase 2,4 quilómetros de extensão que começa na vila de Moimenta da Beira.

Como um investimento de cerca de 800 mil euros, esta obra era “importante para o concelho”, considera o autarca que vê nela potencial de atração turística mas também de “melhoria de qualidade de vida dos moimentenses”.

Alvite é a segunda freguesia com mais habitantes do concelho, localizada a cerca de 900 metros de altitude é aqui que caem os primeiros flocos de neve no concelho. Terra “de gente muito afável, mas com um carisma muito próprio”, nas palavras do autarca moimentense.

A avenida principal da vila não era intervencionada há mais de três décadas e os trabalho que agora se concluem demoraram dois anos a concretizar, fruto da escassez da mão-de-obra e por vezes até de alguns materiais devido à guerra.

“Houve aqui muito trabalho a ser feito, foi necessário falar com toda a gente porque esta obra veio mexer com o dia a dia das pessoas e em muitos casos foi preciso negociar com os proprietários das casas e terrenos para que estes pudessem recuar e assim termos mais espaço para fazer os passeios, há casos onde tivemos que entrar mais de 1 metro no terreno”, explica Paulo Figueiredo.

Com um investimento a rondar os dois milhões de euros, toda a obra foi suportada por fundos próprios da autarquia e esta encontra-se em fase de conclusão faltando ainda as marcações na estrada, a retirada dos antigos postes elétricos e a colocação de almofadas para a diminuição da velocidade de circulação.

A autarquia está ainda a melhorar uma estrada alternativa que circula por fora da vila e que após a sua conclusão será uma via essencial para a circulação de veículos pesados.

Inaugurado recentemente pela Ministra da Agricultura, o novo edifício da Adega Cooperativa do Távora era “essencial ao crescimento da instituição” defende a vereadora Mónica Gertrudes.

“O edifício foi todo remodelado e tem duas vertentes, a primeira é o enoturismo que tem por objetivo a divulgação dos produtos Terras do Demo, espumante e maçã essencialmente mas também outros produtos endógenos. Depois o edifício tem ainda condições para o armazenamento de mais de um milhão de litros de vinho, com cubas todas renovadas, o que permite um crescimento da produção de espumante”.

Com um investimento inicial de 900 mil euros, a obra foi financiada pelo PROVERE, contudo a revisão dos preços levou a um aumento de custo superior a 200 mil euros.

João Silva, presidente da Cooperativa é um homem orgulhoso da obra realizada, “sem dúvida que vem melhorar e facilitar bastante o nosso trabalho”. Numa visita pelo edifício é ainda possível observar um antigo alambique, já desativado, mas que foi intervencionado e encontra-se praticamente em perfeitas condições de funcionamento.

“Só não funciona porque um dia um qualquer iluminado decidiu transferir para a Mealhada todo o trabalho de queima de vinho para obtenção de aguardentes vínicas que depois eram usadas, por exemplo na produção de vinho do Porto. Entretanto Portugal já não produz este tipo de álcool e compramos tudo ao estrangeiro”, explica João Silva.

Paulo Figueiredo, autarca moimentense explica que o trabalho está longe de estar concluído havendo ainda diversas obras a decorrer, tanto na vila de Moimenta como em todas as freguesias do concelho.

“São tudo obras importantes porque vêm melhorar a qualidade de vida dos nossos munícipes e proporcionar as melhores condições a todos aqueles que nos visitam nas diferentes épocas do ano. Para nós ver estas obras finalizadas é uma enorme satisfação”.

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