A “Festa dos Saberes e Sabores do Douro” regressou a São João da Pesqueira após dois anos de interregno forçado pela pandemia Covid-19, dando a conhecer o que de melhor tem o concelho duriense. O evento decorreu nos fins de semana de 5, 6 e 12 e 13 de março.
No primeiro dia de dois fins de semana de festa, a animação ficou garantida com o Encontro de Concertinas do Douro, no qual participaram a Associação Concertinas do Távora e Douro Sul; Concertinas de Sezures; Concertinas Raízes do Marão e Concertinas Amigos de Riodades.
O segundo dia da Festa dos Saberes e Sabores do Douro teve animação garantida logo pela manhã com Os Roleses - Gaiteiros de Urrós e, depois de um almoço reconfortante, as atuações musicais de Jorge Veiga e dos aguardados Sons do Minho tomaram conta da tarde.
No sábado, último fim de semana de festa, o cartaz contou com a animação musical da Associação Filarmónica, Cultural, Recreativa e Humanitária de Nagoselo do Douro e atuações dos grupos Nelson Santana Trio e Paulo Star.
No último dia de festa, houve teatro à solta nas tabernas tradicionais, com a encenação da peça "Pranto de Maria Parda", pela companhia Filandorra.
Depois de almoço, o divertimento ficou garantido com as músicas do Duo Clamma e da cantora Rosinha.
No final da sessão de abertura, que contou ainda com a presença da Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, o autarca pesqueirense, Manuel Cordeiro, mostrava-se satisfeito pelo regresso do certame, que, explica, é mais dedicado à população local.
“Felizmente, ultrapassado quase que está, pelo menos o pior, período da pandemia, podemos regressar a este tipo de atividades que vínhamos fazendo antes dela surgir.
Este é um evento que serve acima de tudo para responder aos locais. É uma montra do conjunto de produtos que o nosso concelho tem para além do vinho. É um evento importante para estes pequenos produtores que aqui marcam presença escoarem um pouco mais dos seus produtos, é muito importante para eles”.
O regresso do certame motivou ainda uma preocupação especial com os pesqueirenses que tiveram oportunidade de ver no seu concelho dois artistas de reputação nacional.
“O objetivo de trazer dois artistas nacionais nesta edição (Sons do Minho e Rosinha), foi para dar um pouco mais de alegria às nossas gentes, não para atrair mais gente a este evento”, afirmou Manuel Cordeiro.
Para a DRAPN, Carla Alves, o regresso deste certame é uma boa notícia, sendo também um espelho da diversidade de produtos e tradições que existem na região.
“Ainda bem que estamos de regresso a estes eventos tão importantes para dinamizar a economia local. São momentos muito importantes para concelhos do interior como São João da Pesqueira.
Este é um território com muita diversidade de produtos endógenos, não é apenas o vinho apesar da grande expressão que tem, aqui podemos também encontrar o azeite, a amêndoa, a castanha ou a maçã, por exemplo. É um território com muita diversidade e isso é uma vantagem muito grande”.
Questionada ainda sobre os problemas que os produtores têm encontrado nos últimos meses com o aumento dos custos energéticos e um largo período de seca, a DRAPN assegurou que “o Ministério já fez o levantamento dos concelhos que estão em seca severa ou extrema”, e que “os concelhos afetados serão certamente apoiados pelas medidas especiais que estão a ser criadas”.
“Estamos a aguardar a resposta de Bruxelas para aplicar várias destas medidas de apoio, muitas delas têm a ver com descompromisso. Ou seja, todos os agricultores que se candidatam a programas têm depois uma série de compromissos a responder, por exemplo com a agricultura biológica, compromissos esses que podemos deixar cair por um período de tempo porque são encargos muito elevados numa altura destas. Estamos a trabalhar nesse sentido.
Internamente e com o PDR vamos conseguir abertura de avisos virados para esta matéria como seja a situação das charcas, valorizando este investimento, bem como a aquisição de painéis fotovoltaicos. São tudo situações nas quais estamos a trabalhar para mitigar os efeitos que possam surgir”, concluiu Carla Alves.